ATA DA DÉCIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 17-3-2005.
Aos dezessete dias do mês de março de dois mil e
cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Comassetto, Clênia Maranhão,
Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos
Nedel, José Ismael Heinen, Manuela d'Ávila, Margarete Moraes, Maristela Maffei,
Nereu D'Avila e Neuza Canabarro. Ainda, durante a Sessão, compareceram os
Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino
Vendruscolo, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal,
Ibsen Pinheiro, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mario Fraga,
Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Paulo Odone, Professor
Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência
de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Na ocasião, em
face da inexistência de quórum deliberativo, deixaram de ser votadas as Atas da
Quarta e Quinta Sessões Ordinárias e da Primeira Sessão Solene. À MESA, foram
encaminhados: pelo Vereador Aldacir Oliboni, os Projetos de Lei do Legislativo
nos 072 e 073/05 (Processos nos 1493 e 1494/05,
respectivamente); pelo Vereador Adeli Sell, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica
nº 003/05 (Processo nº 1369/05); pelo Vereador Ervino Besson, os Pedidos de Providências
nos 350, 351, 352 e 355/05 (Processos nos 1657, 1659,
1660 e 1666/05, respectivamente); pelo Vereador João Antonio Dib, juntamente
com os Vereadores João Carlos Nedel e Mônica Leal, os Pedidos de Providências nos
346 e 347/05 (Processos nos 1647 e 1648/05, respectivamente); pelo
Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Legislativo nº 078/05 (Processo
nº 1597/05); pela Vereadora Manuela d'Ávila, a Indicação nº 013/05 (Processo nº
1642/05) e o Pedido de Informações nº 064/05 (Processo nº 1537/05); pela
Vereadora Maristela Maffei, o Projeto de Lei do Legislativo nº 060/05 (Processo
nº 1319/05). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 001/05, do
Vereador Jorge Tecchio, Presidente da Câmara Municipal de Serafina Corrêa – RS;
001/05, da Vereadora Maria de Lourdes Bianchi Omizzolo, Presidenta da Câmara
Municipal de Vila Flores – RS; 001/05, do Vereador Ivar Tibulo, Presidente da Câmara
Municipal de Tuparendi – RS; 001/05, da Vereadora Carmem Solange Kirsch da
Silva, Presidenta da Câmara Municipal de Taquara – RS; 001/05, do Vereador
Delmar Antônio Diehl, Presidente da Câmara Municipal de Nicolau Vergueiro – RS;
10039272, 10039273 e 10039274/05, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da
Saúde. A seguir, o Senhor Presidente registrou as presenças dos Senhores Marco
Arildo Prates da Cunha, Paulo Roberto Cardoso Thimóteo e Luis Carlos De Cesaro,
respectivamente Diretor-Presidente, Diretor de Administração e Finanças e
Diretor de Operações da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S/A – TRENSURB,
convidando-os a integrarem a Mesa dos trabalhos e informando que Suas Senhorias
comparecem a este Legislativo para solenidade em homenagem ao transcurso do
vigésimo aniversário da TRENSURB. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra
ao Vereador Adeli Sell, que se manifestou, em nome da Casa, a respeito ao
transcurso do vigésimo aniversário da TRENSURB. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Marco
Arildo Prates da Cunha, que destacou a
importância da homenagem hoje feita por este Legislativo, enfocando a
qualidade dos serviços prestados pela TRENSURB à comunidade. Em relação ao assunto,
afirmou que essa Empresa tem como meta principal expandir as linhas de trem na
Região Metropolitana, salientando que a integração dos meios de transportes é
um fator fundamental para o desenvolvimento local. Às quatorze horas e dezenove
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze
horas e vinte minutos, constatada a existência de quórum. Após, constatada a existência de quórum, foi
aprovado Requerimento verbal de autoria da Vereadora Maristela Maffei,
solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. A seguir, foi iniciado o período de
COMUNICAÇÕES, hoje destinado a homenagear “A Resistência Iraquiana e
Palestina”, nos termos do Requerimento nº 067/05 (Processo nº 1324/05), de
autoria da Vereadora Maristela Maffei. Compuseram a Mesa: a Senhora
Fátima Ali, Presidenta da Sociedade Palestina e Árabe da Grande Porto Alegre, e
os Senhores Sales Baja, Fhirin Baja e Neder
Nader Alves Bujah, representando a Sociedade Palestina e Árabe de Porto Alegre.
Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Maristela Maffei, como proponente da presente
homenagem, ressaltou a importância de todos os países juntarem forças em prol
da paz internacional, analisando o período em que o Brasil foi governado por
militares e a busca da sociedade pela democracia. Ainda, referindo-se ao Dia
Internacional de Luta Contra a Guerra no Iraque, comemorado no dia dezenove de
março, leu trechos do texto intitulado “Ao meu Povo na Palestina”, de autoria
do escritor Marcel Khalife. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a
presença dos Vereadores Marcos Coelho e Glauber Coelho, respectivamente
Presidente e 2º Secretário da Câmara Municipal de Cachoeiro do Itapemirim – ES.
Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Margarete Moraes lembrou que a cantora gaúcha Elis
Regina, se estivesse viva, faria aniversário hoje. Por outro lado, registrou
que daqui a dois dias será comemorado o Dia Mundial Contra a Guerra e, nesse
sentido, discorreu sobre a invasão promovida contra o Iraque pelos Estados
Unidos da América, afirmando que esse ato violou a soberania de um povo e
destruiu seu território, sem justificativas convincentes. A Vereadora Manuela
d'Ávila salientou a significância da luta travada pela juventude em favor da
paz entre os povos, realçando que Porto Alegre se consolidou como símbolo dessa
luta e lembrando que no dia dezenove de março haverá manifestações em prol da
paz mundial. Também, criticou ações do Presidente dos Estados Unidos da
América, em relação à política de incentivo bélico, afirmando que esse Chefe de
Estado não respeita princípios do direito internacional. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador Luiz Braz, expressando sua admiração pela liderança política
exercida pela Senhora Fátima Ali, lembrou manifestos liderados por Sua
Senhoria, em defesa da harmonia entre os povos. Nesse sentido, enfatizou a necessidade
do engajamento político desta Casa em apoio à causa palestina, como forma de
contribuir com os movimentos que defendem o restabelecimento de relações
pacíficas e democráticas no Oriente Médio. A seguir, o Senhor Presidente concedeu
a palavra aos Senhores Neder Nader Alves Bujah e Sales Baja, que discorreram
sobre a situação política, econômica e social vivenciada pelas comunidades iraquiana
e palestina e destacaram a importância da homenagem hoje prestada por este
Legislativo. Na oportunidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Vereadora
Maristela Maffei, que se manifestou registrando a presença do Padre Marcelo Resende
Guimarães e procedendo à entrega, ao Senhor Neder Nader Alves Bujah, de faixa
de apoio aos povos palestino e iraquiano. Após, o Senhor Presidente concedeu a
palavra à Senhora Shirin Dauli Baja, que procedeu à leitura dos poemas “Não iremos embora” e “Discurso no mercado do
desemprego”, de autoria, respectivamente, dos poetas palestinos Tawfic Zayyad e Samih
Al-Qássim. Às quinze horas e dezessete minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e vinte minutos,
constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Almerindo Filho,
apresentando
dados acerca do número de abortos praticados no País, avaliou norma técnica do
Ministério da Saúde, que autoriza o aborto em mulheres cuja gravidez resulte de estupro, mesmo
sem a exigência do Boletim de Ocorrência Policial. Nesse sentido, propugnou
pela efetivação de programas de planejamento familiar, visando ao
esclarecimento e conscientização da comunidade sobre os diversos aspectos que envolvem
esse tema. Na ocasião, em face de
Questão de Ordem formulada pelo Vereador Ervino Besson, o Senhor Presidente
prestou informações acerca do cumprimento das disposições regimentais, no que
se refere à possibilidade de manifestações, por parte dos convidados, durante o
período de Comunicações. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Maurício Dziedricki
registrou o transcurso, em quinze de março do corrente, do Dia Internacional do
Consumidor, apoiando a criação de um órgão municipal nessa área e frisando a importância
da fiscalização e permanente luta dos cidadãos pelo cumprimento de seus
direitos. Ainda, informou que no dia vinte e dois de março do corrente ocorrerá
reunião na Casa para debate dos preços dos combustíveis aplicados nos postos de
revenda do Município. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Professor Garcia
elogiou a Associação de Amigos do Bairro Anchieta e o Rotary Club do Bairro
Anchieta, pela mobilização em prol da reforma da Escola Estadual de Ensino Fundamental
Brigadeiro Eduardo Gomes. Também, mencionando a apresentação do músico Lenny
Kravitz, ocorrida ontem na Cidade, declarou que a abertura desse evento não foi
efetuada por artistas locais, descumprindo o determinado pela Lei Municipal nº
8.203/98. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Haroldo de Souza questionou conceitos
relativos ao terrorismo apresentados hoje pelos Senhores Neder Nader Alves
Bujah e Sales Baja, durante o período de Comunicações. Ainda, asseverando ser o
shopping center Total, da Avenida Cristóvão Colombo, uma fonte geradora de desenvolvimento
para a Cidade, atentou para a paralisação de obras desse empreendimento,
resultante de dificuldades burocráticas oriundas do Executivo Municipal. O
Vereador Márcio Bins Ely aludiu a reclamações efetuadas pela comunidade junto
ao Programa de Defesa do Consumidor – PROCON – RS, afirmando que o maior número
de registros nesse órgão envolve empresas de telefonia, planos de saúde e o
setor financeiro. Ainda, relatou sua participação, representando este
Legislativo, na solenidade realizada ontem pela Assembléia Legislativa do
Estado do Rio Grande do Sul, para assinalar os quarenta anos da
Procuradoria-Geral do Estado. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador João Carlos
Nedel posicionou-se contrário à norma técnica do Ministério da Saúde, que
permite a realização de aborto em casos de estupro, independente da
apresentação do Boletim de Ocorrência Policial. Também, citou reportagem da
edição nº 1896 da revista Veja, intitulada “Tentáculos das Farc no Brasil”, e
analisou causas da violência na sociedade atual, examinando aspectos econômicos
e a necessidade de maior valorização da vida humana. O Vereador José Ismael
Heinen criticou a política econômica adotada pelo Governo Federal,
posicionando-se contrariamente aos patamares atuais da taxa de juros e da carga
tributária do Brasil. Também, defendeu o Projeto de Lei do Legislativo nº
039/05, que cria o Parque Temático Tradicionalista, com o fim de divulgar a
cultura e as tradições do povo gaúcho, realçando as vantagens que tal
empreendimento proporcionará à cidade de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
a Vereadora Manuela d'Ávila rechaçou o modo como policiais conduziram o
protesto de estudantes que se manifestavam contrariamente ao aumento das passagens
de ônibus, no dia quinze de março do corrente. Ainda, apoiou a legalização do
aborto no Brasil para casos especiais de gravidez indesejada, e contrapôs-se à
forma como o Governo Federal do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso tratou
temas relativos à mulher. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão,
os Projetos de Lei do Legislativo nos 342/03, 038 e 050/05, os
Projetos de Lei do Executivo nos 021/03 e 037/04, discutidos pelo
Vereador Carlos Comassetto, 049/03, discutido pelos Vereadores João Antonio
Dib, Carlos Comassetto e Margarete Moraes, 002, 041 e 045/04, este discutido
pelos Vereadores João Antonio Dib e Margarete Moraes, o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 014/03, discutido pelo Vereador Carlos Comassetto,
o Projeto de Resolução nº 070/05; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 048/01, 129/02, 106, 119, 321 e 458/03, este
discutido pelo Vereador Ervino Besson, 061, 097, 187, 208 e 209/04, 030, 032,
047, 051, 059, 062 e 043/05, este discutido pelo Vereador João Antonio Dib, os
Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos 001/00, 005 e
006/05, os Projetos de Lei do Executivo nos 055/04 e 004/05, o
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/04, o Projeto de Emenda à Lei
Orgânica nº 004/05, os Projetos de Resolução nos 016, 036 e 068/05;
em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 081/01, 036 e
183/04, 012/05, este discutido pelo Vereador Ervino Besson, 013, 014, 048, 049,
056, 057 e 061/05, os Projetos de Resolução nos 014/04, 065, 066 e
069/05, discutidos pela Vereadora Margarete Moraes,. Também, a Vereadora Mônica
Leal manifestou-se durante o período de Pauta. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a
Vereadora Neuza Canabarro examinou a proposta de Reforma Universitária
encaminhada ao Congresso Nacional, mencionando questionamentos do Senhor Pedro
Gilberto Gomes, Pró-Reitor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, e do
Senador Cristovam Buarque, a respeito do assunto. Ainda, considerou essa
proposta benéfica para as universidades públicas e frisou que os critérios para
credenciamento de universidades particulares serão mais rígidos. O Vereador
João Antonio Dib teceu considerações a respeito do Projeto de Lei do Executivo
nº 049/03, que institui Área Especial de Interesse Cultural no Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre, destinada a assentar
comunidade indígena Kaingangue localizada na Estrada João de Oliveira Remião,
no Bairro Lomba do Pinheiro. Nesse contexto, afirmou que o ex-Prefeito João
Verle teria delimitado outras Áreas de Interesse Cultural sem o devido
embasamento legal. A Vereadora Sofia Cavedon refutou as informações sobre o volume
da dívida da Prefeitura Municipal deixada pelo Partido dos Trabalhadores ao
atual Governo, exclamando que seu impacto orçamentário é pequeno e administrável.
Em relação ao assunto, destacou o crescimento da participação popular em Porto
Alegre nos últimos anos e cobrou medidas em relação a problemas de segurança na
Escola Municipal Morro da Cruz. O Vereador Sebastião Melo criticou a política
econômica adotada pelo Governo Federal, salientando que o Brasil tem as maiores
taxas de juros do mundo. Ainda, respondeu a declarações da Vereadora Sofia Cavedon,
expondo números acerca das dívidas a curto prazo da Prefeitura Municipal e
declarando que dados importantes sobre as finanças do Município ficaram em
poder de ex-funcionários ocupantes de Cargos em Comissão do Governo passado. Às
dezessete horas e dezessete minutos, constatada a inexistência de quórum, o
Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Elói Guimarães, João Carlos
Nedel, Aldacir Oliboni e Nereu D'Avila e secretariados pelo Vereador Nereu
D'Avila. Do que eu, Nereu D'Avila, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente
Ata, que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo
Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Hoje temos o comparecimento dos
representantes da Trensurb, o Sr. Marco Arildo Prates da Cunha,
Diretor-Presidente da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A.; Sr. Paulo
Thimóteo, Diretor Administrativo-Financeiro e o Sr. Luiz Carlos De Cesaro, em
razão da comemoração dos 20 anos do Metrô.
Solicitamos
que seja lido o Expediente. (Pausa.) Lido o material, nós queremos convidar o
Vereador Adeli Sell para que, em nome da Mesa, saúde os integrantes da
Trensurb, representados pelo senhor Marco Arildo Prates da Cunha, que é o
Presidente, o Sr. Paulo Thimóteo, Diretor Administrativo-Financeiro, e também o
Luiz Carlos De Cesaro, aqui presentes.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, meu caro presidente do
Metrô, Marco Arildo, meu caro amigo Thimóteo, meu caro De Cesaro, Senhoras
Vereadoras, Senhores Vereadores, é um prazer recebê-los aqui nesta Casa, no
momento em que o Metrô comemora 20 anos. Esse importante instrumento de
deslocamento de parcelas importantes da população da Região Metropolitana para
a Capital, para as entrecidades do Vale do Sinos, em especial, e evidentemente
também serve como meio de transporte para que essa população retorne aos seus
lares.
Cabe
salientar aqui, inclusive, o preço da passagem do Metrô, é bastante diferente
do das passagens de ônibus, exatamente porque o Metrô em qualquer parte do
mundo - aqui não seria diferente - tem subsídios. É preciso discutir,
inclusive, a sua expansão, e esta Casa, Ver. Elói Guimarães, teve o grande
trabalho de aqui ter uma Comissão Especial que discutiu a expansão do Metrô, em
especial a da linha 2, presidida pelo hoje Deputado Záchia; eu tive o
privilégio de ser o seu Relator. A Assembléia também fez o mesmo debate e todas
as conclusões vão no sentido de que o Metrô deve continuar sua expansão. Hoje
chegou a São Leopoldo, amanhã chegará a Novo Hamburgo, e nós precisamos, e
vamos garantir os prazos que, evidentemente, uma obra desta magnitude necessita
no que se refere à expansão da linha 2, aqui na Cidade de Porto Alegre. Do
bairro Azenha à Zona norte, essa linha fará as integrações necessárias. Se há
uma questão que ainda precisa evoluir e que temos de reparar é a que se refere
às integrações, que ainda são precárias.
Nós
já discutimos isso outras vezes, tanto com a gestão passada como com esta
gestão, ou seja, a importância das integrações; a nossa Cidade ainda não tem
uma cultura adequada a isso, mas outros centros já mostraram o quanto
importante é essa questão. Nesses 20 anos do Metrô, recebam da Câmara Municipal
de Porto Alegre, expressão da vontade do povo desta Cidade, as congratulações
pelas suas atividades, pelos avanços conquistados pela nossa Trensurb, e somos
solidários também com a esta direção em relação à questão da insegurança que
tem assolado, no último período o seu trabalho, dos seus funcionários, e
evidentemente nós esperamos que medidas, tanto por parte da instituição, quanto
por parte da Segurança Pública do nosso Estado ajudem que o nosso Metrô tenha
tranqüilidade, que se possa viajar com segurança e que os seus funcionários
consigam trabalhar com a dedicação que sempre tiveram ao Metrô, mas com a
necessária tranqüilidade de não serem assaltados nas suas estações. Nós
estaremos sempre à disposição. Se novas atividades nos forem colocadas aqui
pela Trensurb, nós as levaremos adiante. Eu tenho certeza que não falo por mim,
falo pelo conjunto da Câmara de Vereadores. De coração, de todos nós, Vereadoras
e Vereadores, parabéns Trensurb; vida longa, bom trabalho, sucesso! Obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós queremos agradecer ao Ver. Adeli
Sell, que falou pela Casa. O Sr. Marco Arildo Prates da Cunha,
Diretor-Presidente da Trensurb, está com a palavra.
O SR. MARCO ARILDO PRATES DA CUNHA: Sr. Presidente da Câmara de Vereadores de
Porto Alegre, Ver. Elói Guimarães, Ver. Adeli Sell, proponente desta homenagem,
Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, quero, em nome da direção da
Trensurb, do seu corpo funcional, agradecer por esta importante homenagem do
Legislativo da nossa Capital.
A
Trensurb é uma empresa que, ao longo de seus 20 anos, tem-se caracterizado pela
prestação de um excelente e diferenciado serviço à nossa comunidade. Se nós – e
eu, como metroviário, como funcionário de carreira – nos orgulhamos desse
passado, é nossa missão também, Sr. Presidente, olhar para o futuro. E o Ver.
Adeli Sell, com muita propriedade, já colocou o que nós, lá, definimos no nosso
planejamento estratégico. Está na ordem do dia, para a direção da Trensurb, a
expansão do Metrô. Nós temos uma licitação em curso, que estamos tentando
resolver, para fazer chegar o Metrô até Novo Hamburgo. E aqui, para Porto
Alegre, na linha 2, a partir do trabalho dessa comissão, em 2002, nesta Casa, e
depois, em 2003, numa comissão na Assembléia Legislativa do Estado, formulou-se
um conjunto de recomendações, e hoje não se fala em linha de Metrô, fala-se em
sistema de transporte integrado, articulado, otimizado, e, para chegar a esse
fim, obter esse resultado, temos hoje um escritório conjunto entre a Trensurb -
representando o Governo Federal -, a Metroplan - representando o Governo
Estadual -, e a EPTC - representando o Governo Municipal -, procedendo a uma
série de estudos com financiamento do Governo Federal. Para que se tenha uma
idéia, neste ano vamos gastar um milhão e 800 mil na execução de um Plano
Diretor de Transporte para toda a Região Metropolitana. Então estamos
trabalhando com toda a seriedade, evitando as disputas políticas - que foi um
dos problemas do primeiro projeto.
Se
me permitem fazer esta crítica, foi muito mais um cavalo de batalha eleitoral
do que um projeto sério que dialogasse com todas as comunidades, com todos os
representantes da sociedade, e isso nós conseguimos, juntamente com a Metroplan
e com a EPTC, resolver. Estamos trabalhando de forma articulada e integrada
todas as três esferas de Governo, procurando dar condições de expandir o Metrô
em Porto Alegre.
Quero,
mais uma vez, agradecer à nossa Câmara Municipal esta homenagem e dizer que
nós, lá na Trensurb, além da responsabilidade de manter a qualidade de serviço,
temos claro que também temos a responsabilidade de constituir as condições para
que possamos ter o Metrô em Porto Alegre. Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ao encerrarmos este pequeno ato em
homenagem ao 20º aniversário da Trensurb, queremos dizer, Presidente e demais
integrantes da Diretoria, que o sistema de transporte é básico e fundamental ao
desenvolvimento das Cidades, pois ele faz a dinâmica das Cidades, sem o qual
não teremos qualidade de vida, não teremos desenvolvimento. E não se pode pensar
em transporte de massa sem incluir o sistema de trens, de Metrô, mormente em sociedades de massa que já
começamos a viver, em regiões, por assim dizer, metropolitanas. Então, a
presença de V. Sas aqui é bem-vinda. A Casa, como já disse o Ver.
Adeli Sell, está aberta para os debates que se fizerem necessários ao
desenvolvimento, no sentido de colocarmos, cada vez mais, eficiência à nossa
população, tanto quanto possível a baixo custo, no que se refere ao sistema de
transporte.
Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h19min)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães – às 14h20min): Estão reabertos os trabalhos. A Srª
Maristela Maffei está com a palavra para um Requerimento.
A SRA. MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Solicito a inversão na ordem dos
trabalhos para que passemos, de imediato, às Comunicações uma vez que nossos
convidados, da Comunidade Palestina e Iraquiana, já estão aqui presentes.
Solicito deferimento.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento de autoria da
Verª Maristela Maffei. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO com os
votos contrários dos Vereadores Haroldo de Souza e Luiz Braz.
Passamos
às
O
período de Comunicações do dia de hoje será destinado a homenagear “A
Resistência Iraquiana e Palestina”, nos termos do Requerimento nº 067/05, de
autoria da Verª Maristela Maffei. Convido a compor a Mesa os representantes da
Sociedade Palestina e Árabe de Porto Alegre, Sr. Sales Baja, Sr. Neder Nader
Alves Bujah e Srª Fátima Ali, Presidente da Sociedade Palestina e Árabe de
Porto Alegre .
A
Verª Maristela Maffei está com a palavra em Comunicações.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu não tenho aqui a pretensão de
fazer toda uma conceituação histórica em relação à caminhada dessa comunidade.
E digo isso com grandeza de quem também tem que ter a humildade de que neste
espaço, com certeza, quem vai falar com muito mais propriedade são justamente
os seus representantes.
Mas,
nós que acreditamos que somos partes integrantes, internacionalmente, na
construção da paz, não podemos nos furtar, neste momento, meu caro companheiro
Shaim, de juntarmos as nossas forças, malquerendo comparar ou bem querendo
comparar, como foi no Brasil, sem querer comparar as realidades, a forma da
morte ou a forma de lutar pela vida, quando nós vivenciamos aqui durante 20
anos uma forma de ditadura cruel que não nos poupou de um total obscurantismo e
que até hoje tateamos, ainda, para construir a democracia. Demo, também não é
simplesmente falar do povo, mas a busca pela cidadania. Já é um passo
importante. Quiçá, a luta que essas comunidades palestinas, iraquianas que
lutam pela soberania, que lutam pela busca da afirmação de um Estado. E quando
a gente presta atenção e faz de um momento, um momento para aprofundar, para
que a nossa comunidade se volte com um outro olhar, não com o olhar da CBN, não
o olhar daqueles que aqui no Brasil perpetuam a mesma filosofia. O sangue
derramado é dolorido em qualquer
lugar do mundo. Nós todos temos a compreensão de que queremos lutar pela paz.
Agora,
todos nós achamos hediondo quando vimos as torres desabando, porque lá estavam
pessoas. Estava ali, no nosso sentimento, naquele momento, falando do monstro
que dirige aquele país. Nós chorávamos pelas pessoas que morriam. Portanto, nós
lutamos pela paz universal. Nós não podemos ser acusados de que nós festejamos
naquele momento. Mas nós também não vamos aceitar, quando olhamos para os meios
de comunicações - e passa essa impressão - de que ali é como se fosse um filho
de videogame, como se ali não tombassem filhos, como se ali as mães, os pais
daquela população toda não sentissem dor. Como se naquela concepção de cidade,
que é diferente do Ocidente, não estivesse a origem da iniciação da cultura do
a,b,c; mas ali não é respeitado, porque tem o parâmetro e, se não for aquele
parâmetro, está fora da realidade. E foi por isso que o tirano Bush, aquele que
diz como tem de ser, a hora que tem de ser e a forma que tem de ser. Mas nós
sabemos que ele também é uma cara maquiada de grupos muito mais poderosos, de
interesses muito mais poderosos. Mas ele faz, foi o pai, foi o filho, e tantos
quantos estiverem naquela nação, que não tiverem outra forma, não de
distribuição de renda, mas de retificação na sociedade da distribuição da
riqueza, do solo, do subsolo. Porque, quero aqui saudar aqueles que tem na fé a
sua inspiração de vida ou busquem outras formas para encontrar a paz, mas que
busquem a sua resignação. Por isso, nós não nos confundamos, que o prefácio da
guerra entre etnias, entre compreensões étnicas, religiosas, possam tapar os
olhos da humanidade em busca do poder absoluto, como é o caso desse senhor e de
todos aqueles que se aliam a ele.
Eu,
com a sua tolerância, Sr. Presidente, gostaria de terminar a minha fala,
brevemente, não sou nenhuma poetisa, mas recitando, do meu jeito, algo que
queremos expressar. (Lê.):”Ao meu povo na Palestina” – diz Marcel Khalife – “Se
eu tivesse o poder. Destruiria a morte antes que ela o tocasse. Se eu tivesse o
poder. Eu mataria a morte e o manteria salvo dentro do meu peito. Mas tudo o
que eu posso fazer é registrar a sua ação e, humildemente, andar pela terra,
cantando as suas crônicas. Talvez possa adicionar mais sílabas ao épico da
alegria que começou quando seus corpos rugiram. Os seus olhos estão sobre o
azul. Vi suas faces, milhares de faces sem nomes, face de Deus. Vi esses rostos
flutuando na água como flores de maio. Muhammad
Al-Dura dorme. O Menino
Jesus dorme. O Que cantarei? Lamento profundamente enquanto o corpo ia para o
momento da morte. Lamento igualar a alegria. O que cantarei? E como um amante
zeloso. Adoro você e temo por você. Que nos amemos em silêncio. Mas bradaremos
também na resistência! Estou envergonhado para olhar em seus rostos, nos seus
olhos que perscrutam por trás das fotos dos jornais, dizendo tudo em silêncio,
em silêncio".
Mas nós aqui bradamos pelo fim da invasão do
tirano do mundo e de seus aliados, para que a liberdade ressurja da terra e
brote.
Nesse sentido, Sr. Presidente, quero agradecer a sua tolerância e dizer que este momento é o momento de registrar que o dia 19 foi um dia de invasão, mas que lá, em várias partes do mundo onde não há democracia, todos os dias eles continuam desafiando e ocupando. Mas nós resistiremos com força e com resignação. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos registrar a presença do
Presidente da Câmara Municipal de Cachoeiro do Itapemirim, Ver. Marcos Coelho;
e do 2º Secretário, Ver. Glauber Coelho; representantes do povo capixaba.
Sintam-se como se na sua Câmara estivessem; as nossas homenagens a V. Exas.
A Verª Margarete Moraes está com a palavra em Comunicações.
A SRA. MARGARETE MORAES: Exmo Sr. Presidente Ver. Elói
Guimarães. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Hoje, 17 de
março, é o dia em que a nossa maior cantora, Elis Regina, faria aniversário. A
maior cantora do Brasil. Mas, infelizmente, nós não poderemos usar esse tempo
para falar sobre Elis Regina, porque hoje se aproxima o dia 19 de março, que é
Dia Mundial contra a Guerra. Essa data não merece nenhuma comemoração, nenhum
brinde, mas é muito importante rememorá-la como um exemplo que a humanidade
jamais deverá repetir na sua história, porque é o terrorismo às escuras,
rasteiro, praticado pelo terrorista Osama Bin Laden naquele covarde ataque às
torres gêmeas de Nova Iorque. O Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush,
contrapõe com outro terrorismo, o terrorismo de Estado, um terrorismo oficial.
E isso tudo em nome da civilização ocidental. Triste figura que o George W.
Bush encarna, a figura do vingador, do justiceiro, e tem um conceito, uma idéia
por trás, ataca em nome da prevenção. É como se uma pessoa imaginasse que seria
atacada por alguém, e tivesse o direito de sacar a sua arma e matá-la,
assassiná-la. Mas George W. Bush perpetrou esse ataque em nome da derrubada do
regime autoritário do Saddam Hussein, em nome da descoberta e da destruição de
supostas armas químicas, que ele sabia que não existiam, em nome de restaurar a
ordem, de restaurar a democracia naquele povo, naquela civilização. Para tanto,
essa grande potência, o novo império mundial não hesitou em desafiar a própria
ONU e todos os seus organismos internacionais, organismos coletivos de decisão
como o Conselho de Segurança da ONU e rompeu com todas essas instâncias de
decisão, de definição coletiva internacionais, sempre sob aquele egoísta lema:
“América em primeiro lugar”. Não ouviu aliados tradicionais do grupo dos ricos
do mundo como a França, como a Alemanha, e violou a soberania de um povo,
destruiu e segue destruindo seu território, acabou com o patrimônio artístico e
cultural de uma civilização que é o berço da nossa história de mais de cinco
mil anos. Mas, muito pior do que isso, mutilou e segue mutilando, matando as
pessoas, civis, inocentes, homens, mulheres e crianças, roubando a vida, o
futuro daqueles que sobreviveram.
Precisamos
relembrar hoje o olhar daquele jovem de doze anos que, no início do ataque,
perdeu os braços e as pernas e foi levado para se recuperar em Londres; será
que ele sobreviveu, como estará esse jovem?
Essa
arrogância dos “donos do mundo”, Sr. Presidente, é simbolizada nas figuras de
George W. Bush e Condoleezza Rice e eu quero lamentar que no Dia da Mulher
algumas mulheres entrevistadas pela Zero Hora indicaram essa personagem como um
exemplo das principais e grandes mulheres do nosso tempo. Eu acho que essa
postura não surpreendeu ninguém, porque desde o primeiro Governo, Bush se mostrou conservador, moralista,
Ver. Todeschini, e já rejeitou, naquela época, o Protocolo de Kyoto, não
aceitou ir ao Tribunal Penal Internacional, cortou direitos que já eram
adquiridos dos povos latinos que vivem nos Estados Unidos e por meio da
indústria do cinema – isso não é só dele, faz parte da história norte-americana
– quer dizer para o mundo todo o que é bom, o que é ruim, o que é feio, o que é
bonito, o que deve ser feito ou não, desrespeitando identidades e culturas
específicas.
Quero
dizer que esse sagrado território iraquiano é sempre sagrado para o seu povo,
pertence ao povo iraquiano. São 23 milhões de pessoas que sofrem o mais
abominável vandalismo, terrorismo e genocídio, e não é justo que nenhum povo do
mundo pague por métodos sanguinários de qualquer grupo terrorista - da rede al qaeda, dos grupos xiitas,
fundamentalistas -, que agora reavivaram no Iraque com o ataque à invasão
americana. E nenhum povo do mundo merece sofrer esse terrorismo de Estado, que
também leva à morte seus próprios jovens. Os norte-americanos estão lá, matando
sem saber porquê, e também morrendo.
Enfim,
o drama do povo do Iraque é de todos nós, de todas as pessoas que militam
cotidianamente na sua vida pela paz, por um outro mundo possível, que não
aceitam qualquer forma de tortura ou humilhação. Porque se nós ficarmos à mercê
dos humores, dos caprichos ou das políticas pré-definidas do Império, qualquer
dia eles vão escolher outros alvos. O Irã já foi ameaçado, a Venezuela, e a
própria Palestina.
Eu
gostaria de fazer outro pronunciamento muito mais denso sobre a questão
palestina, pois eu tenho muito respeito e solidariedade por esse povo, o qual
tem 47% da sua população, hoje, vivendo abaixo da linha de pobreza. Eu tenho
esperança nesse novo momento de negociação e de entendimento que nós estamos
assistindo. Tomara que se acertem no Oriente Médio! O problema é que os Estados
Unidos têm mais de cem bases militares espalhadas no mundo todo, e eles
precisam dar conta desse poderio militar.
Infelizmente
o dia do aniversário da Elis Regina - essa cantora que a gente diz que cada vez
canta melhor, porque cada vez que a gente ouve se descobrem novas qualidades
nela -, não pode ser comemorado, porque é nossa obrigação refutar esse terrível
acontecimento que nós estamos presenciando em 2005, que é o ataque ao povo do
Iraque e a manutenção dessa guerra que parece não ter fim. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra
em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. João Carlos Nedel.
A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Também gostaria de saudar a nossa querida Vereadora Líder da
Bancada do Partido dos Trabalhadores, Verª Maristela Maffei, que num momento
muito oportuno trouxe este debate de volta à Câmara de Vereadores, porque se
existe um debate que nós permanentemente temos tentado fazer, assim como em outros
mandatos, é o debate da luta incansável que a juventude trava em todos os
cantos do mundo pela construção de um mundo de paz.
Acho
que se torna mais importante ainda homenagear a resistência do povo iraquiano,
do povo palestino, perto do dia 19 de março, Dia Mundial de Luta Contra a
Guerra e Contra a Ocupação, que foi tirado pela rede mundial dos movimentos
sociais, durante o V Fórum Social Mundial. Mas se torna mais importante ainda,
nessa Câmara de Vereadores, que nós possamos refletir, e, enfim, sermos
solidários a essa causa nas proximidades do aniversário de 233 anos da nossa
Capital.
Por
que eu afirmo isso, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores a todos os
companheiros e companheiras de luta pela paz que estão nas galerias? Porque a
nossa Cidade, a cidade de Porto Alegre, se forjou como um símbolo nesses 233
anos, o símbolo da luta pela paz, por um outro mundo possível, que nós
conseguimos construir com a consolidação do Fórum Social Mundial. Consolidar o
Fórum Social Mundial em Porto Alegre foi consolidar, de certa maneira, a luta
de todos os progressistas, de todos os humanistas, de todos os pacifistas do
mundo, por um mundo não-ocupado, por um mundo onde os países possam definir os
seus próprios destinos.
Essa
é, portanto, a principal vinculação que faço. Porto Alegre não poderia se
furtar, essa Câmara não poderia se furtar de trazer o debate pela paz nessas
semanas de comemoração de seus 233 anos.
Quando
nós tratamos da ocupação do Iraque e da ocupação de quase quatro décadas, se
não me engano, esse ano completam-se 38 anos da ocupação da Palestina por
Israel, se não me engano - eu sou péssima em cálculos, hoje pela manhã
calculava rapidamente e fiz esse cálculo -, nós temos de relembrar os
verdadeiros motivos disso e o que leva o nosso mundo e aqueles jovens a viverem
em permanente confronto, em permanente tentativa de manter com que seus lares,
as suas famílias, as suas atividades de vida possam continuar. E nunca será
possível debater a construção de um mundo de paz, se nós não pautarmos a ação dos
Estados Unidos da América, da política de morte de George W. Bush, do Bush
Filho, do “baby Bush”, como nós o chamamos entre a juventude.
Nós
não podemos esquecer que, se hoje Sharon comete um verdadeiro genocídio contra
a juventude, fundamentalmente das Intifadas da Palestina, Sharon o comete com o
apoio de George W. Bush. Nós não podemos esquecer que os verdadeiros motivos
que levaram a essas guerras – são guerras que se dão todos os dias, em todos os
instantes, porque é a luta pela sobrevivência de mulheres e de homens – foram
desmascarados; e a humanidade não se calou quando eles foram desmascarados. A
juventude, as mulheres, os homens saíram às ruas em 2003, mais de 15 milhões de
pessoas, em 600 cidades, para protestar contra a política de morte de George
Bush.
Mesmo
assim, o “baby Bush”, que acha que pode mandar eternamente no mundo, que acha
que constrói “a América para os americanos”, mas que, na verdade, constrói a
América exclusivamente para os americanos do Norte, desrespeitou a ONU; Bush
desrespeitou todas as normas e tratativas do Direito Internacional. Bush
desrespeitou o mais elementar dos direitos do ser humano: o direito à vida, o
direito a construir o seu próprio país, a sua própria nação em condições
soberanas.
Mas
a juventude, as mulheres e os homens que lutam pela paz não se calaram e não
vão se calar em nenhum momento. Neste 19 de março milhares - eu tenho a
convicção de que serão mais milhares do que no 19 de março de 2003 - vão - peço
sua permissão para concluir, Sr. Presidente - às ruas novamente clamar por um
mundo de paz, um mundo onde os homens e as mulheres possam - e nós não queremos
nos envolver na disputa presidencial do Iraque; nós já temos provas, e é uma
pena que elas não sejam publicadas no nosso País, de que, além de os prisioneiros
terem sido mortos, a corrupção permaneceu acontecendo no Iraque, sob as
tratativas dos Estados Unidos.
Mas
neste 19 de março nós vamos às ruas para dizer “não” à ocupação de Bush ao
Iraque, “não” à ocupação de Israel sobre o território palestino, e “sim” à paz.
A juventude, tenho convicção, não vai se calar!
As
nossas saudações, e a luta por um mundo de paz e de igualdade!
(Não
revisado pela oradora.)
E eu aprendi a admirar a Fátima pela liderança que ela sempre exerceu diante dos jovens palestinos e também daqueles mais velhos que respeitavam a sua fala e respeitavam a sua liderança, e já fazia muito tempo que eu não via a Fátima Ali, e hoje ela retorna aqui a esta Casa, e, com certeza absoluta, Fátima, independente da importância das pessoas que acompanham você aqui nesta Casa, a sua presença, aqui, nos engrandece, como representantes da sociedade, você que realmente soube muito bem interpretar sempre as necessidades da causa palestina, de receber sempre apoios, de receber adeptos, de levantar o ânimo dos palestinos, mas sem fazer com que o ódio fosse aumentado, para que a situação não ficasse mais difícil do que ela já é.
Devemos aqui, como brasileiros, em regiões distantes daquela onde está acontecendo o fato, participarmos e torcermos muito, apoiando para que a situação possa chegar de um modo pacífico a se ordenar, para que o povo palestino tenha o seu local, para que tenha o seu território, para que não briguem mais aquelas etnias que estão ali em constante conflito. E que lá no Iraque o repúdio seja realmente contra a forma que os americanos encontraram para ir até lá e para conspurcar a democracia que poderia ser instalada naquela região, mas que não seja, na verdade, um apoio àquilo que já acontecia também naquela região, porque muitos iraquianos que lá viviam, a gente sabe que não estavam contentes com a forma de governo que estava ali estabelecida.
Então, eu acredito que esta Casa deva sempre se manifestar apoiando a causa palestina para que pacificamente possa encontrar um meio de fazer com que aquela região possa ter lugar para os palestinos, para os judeus e para aquelas pessoas que são realmente originárias daquela região, e que lá no Iraque nós possamos um dia ver restabelecida a democracia para todos os iraquianos, e que todos possam viver de maneira pacífica, ordeira, e que as relações entre os dois pólos, entre a América e os árabes seja sempre uma relação realmente muito boa, mas marcada por relações pacíficas, ordeiras, onde o ódio realmente não possa fazer parte em momento algum.
Quero
cumprimentar todos os senhores que vieram hoje aqui engrandecendo sempre esta
Casa, mas principalmente – e me dêem licença para isso – eu quero cumprimentar
a minha amiga Fátima Ali e dizer que
é uma satisfação muito grande poder novamente recebê-la aqui na Casa do Povo de
Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Casa manifestou-se pela requerente e
pelos oradores e oradoras. O Sr. Neder Nader Alves Bujah está com a palavra.
O SR. NEDER NADER ALVES BUJAH: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Exma Srª Verª Maristela Maffei, a comunidade palestina
agradece profundamente pela iniciativa. Isso mostra que, além de estar
preocupada com problemas de nossa Capital, também sobrou tempo na sua agenda
para temas nobres como a causa palestina e a causa iraquiana. Muito obrigado.
Bagdá,
numa última pesquisa, foi classificada como a Cidade mais perigosa do mundo e
que tem a pior qualidade de vida. Do Iraque - o berço das civilizações -
roubaram o seu petróleo, iraquianos morrem diariamente, cidades são devastadas,
e as peças raras do Museu Nacional Iraquiano são saqueadas e, ultimamente, foram
encontradas nas mãos de um cientista americano. Quem causou isso? Quem é o
responsável? Na Palestina, nos últimos quatro anos, morreram mais de 3 mil e
500 palestinos, 45 mil feridos, 8 mil presos políticos, 27 mil palestinos
sofreram, de uma forma ou de outra, uma tortura psicológica ou física. Mais de
7 mil casas foram destruídas, as escolas e as faculdades são invadidas
diariamente, cidades inteiras são cercadas e bloqueadas, os trabalhadores são
submetidos às piores condições de trabalho, os hospitais e clínicas são
impedidas de funcionar de forma normal. Os postos de controle são montados ao
redor das cidades e aldeias palestinas, onde soldados de Israel exercem a
humilhação contra um povo diariamente.
As
terras palestinas são confiscadas para construir o muro segregação racial. Esse
muro que foi condenado no dia 9 de julho de 2004 por parte da Corte da Justiça
Internacional, apesar disso, o Estado de Israel continua construindo o muro,
confiscando terras palestinas. Será que os iraquianos e os palestinos têm
direito ou não à resistência contra isso? Como fizeram os franceses contra o
nazismo e o povo da Argélia contra a França, os vietnamitas contra os
americanos, os próprios americanos contra os ingleses e os brasileiros contra
os portugueses.
O
art. 4º do Pacto das Nações Unidas diz: “Qualquer povo que está sendo agredido
por outrem tem o direito de utilizar todos os meios contra o agressor”. Assim
as resistências iraquianas e palestinas têm base legal internacional e são
legítimas. As duas resistências
buscam coisas nobres, que são a liberdade e a independência.
O
Prêmio Nobel de Literatura, o escritor português José Saramago, numa visita
feita há três anos à Palestina disse o seguinte: “A política israelense na
Palestina é dez vezes pior que o apartheid
que foi praticado por parte da minoria branca contra a maioria negra na áfrica
do Sul”.
Para
finalizar, talvez o racismo mais severo, mais desumano que possa existir é
aquele que impede que nove milhões de palestinos tenham um Estado Palestino. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Sr. Sales Baja está com a palavra.
O SR. SALES BAJA: Sr. Presidente desta Casa, Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, todos os presentes, meus cumprimentos,
minhas saudações, em nome de Deus clemente e misericordioso todos os oradores
falaram do Bush. Bush e os fanáticos que o rodeiam simplesmente são
caluniadores e mentirosos. Esse fanático declarou uma guerra, uma cruzada
contra os povos árabes e o mundo islâmico, após o dia 11 de setembro de 2001.
Retratou-se e trocou a frase pela guerra contra o terrorismo. Existem dois
líderes em nosso planeta que não podem falar em terrorismo, são eles Bush e
Sharon. Eles são engenheiros do terrorismo mundial, massacrando povos humildes
e injustiçados.
A
meu entender, não existe terrorismo, existem, sim, povos injustiçados,
revoltados, que lutam pelos seus direitos, por sua liberdade e sua existência.
Bush e Sharon subestimam a memória do povo árabe e dos povos mundiais. Eu pergunto
a eles: quem provocou a 1ª e a 2ª Guerra Mundial? Quem jogou as bombas
nucleares sobre o Japão, sendo que a guerra já tinha terminado, mas o
presidente Truman queria testar os efeitos dessa arma maldita nos seres
humanos, apesar de já haver testado no Estado Americano do Novo México,
sabendo, então, de todos os efeitos desastrosos que poderia causar. Quem
provocou a desgraça ao povo palestino? A guerra no Vietnã? A guerra na Coréia?
Quem coordenou a invasão do Líbano em 1982? Quem bombardeava Beirute? Quem
massacrou nosso irmão, o povo libanês, naquela data? A guerra do Golfo em 1991?
E, agora, a invasão do Iraque, alegando falsas informações, que Saddam tinha
armas de destruição total. Quem está destruindo o Iraque, assassinando,
coletivamente, o povo árabe-iraquiano? O Sr. Bush e Sr. Sharon, simplesmente,
são maquiavélicos e hipócritas.
Agora,
o assunto é a Síria e o Líbano, esses dois estados irmãos são uma família e um
povo, conforme meus conhecimentos. Aqui no Brasil há muitos libaneses com mães
da Síria e pais do Líbano, e vice-versa. Eu visitei esses Países irmãos, em
1964, permanecendo 2 meses. Nunca notei a diferença de Beirute e Damasco,
muitos não sabem quem colocou fronteiras entre Líbano, Palestina, Jordânia,
Síria e Iraque. Obra do imperialismo francês, inglês, que ao término da 1ª
Guerra Mundial, no ano de 1918, traiu os árabes que eram aliados deles contra a
Turquia.
Eu
sou de origem palestina, não aceito essa divisão. São meus irmãos. Dezenas de
Sírios e Libaneses tombaram defendendo o solo palestino através dos anos, entre
eles Izzedin Elkassam.
Irmãos,
a Síria está em perigo e o Líbano está ameaçado pelos americanos, israelenses e
franceses e um grupo de libaneses, que não representam 15% da população.
Americanos e israelenses estão tramando guerra civil entre os nossos irmãos
libaneses, como foi nos anos 1975 a 1985. O atual Presidente Libanês, uma
pessoa correta e patriota, merecia todo respeito; popularmente é considerado um
chefe honesto do seu país e do povo árabe. Outro líder de destaque é o
Presidente da Síria; Bashar ElÁssad. Esses Presidentes não agradam os
americanos e israelenses.
Agora
vamos falar de Israel. Foi criada através de terrorismo e pânico contra o povo
palestino em 1947 e 1948, onde foram praticados massacres em várias cidades,
entre elas; Der Yasin, Cezaria, Tantura, Haifa, Akri, Tibéria e toda a alta
galiléia, em abril de 1948. Esses atos de terrorismo causaram pânico e fuga de
um milhão de palestinos e a morte de 200 mil civis. O Estado de Israel foi
declarado no dia 15 de maio 1948. Cinco minutos após essa criação, os Estados
Unidos reconheceram esse Estado.
As
nações Unidas adotaram uma resolução de nº 194, ordenando retorno dos
refugiados palestinos aos seus lares. Assim foi criado o Estado de Israel
através de terrorismo. Os homens e mulheres palestinos são bombas para deter o
barbarismo de Sharon, sendo a única arma que pode enfrentar o terrorismo de
Sharon.
Esse
homem fala de paz, mas continua construindo colônias, erguendo muralhas, e a
retirada de Gaza é uma tática para enganar o povo mundial.
Eu
vi esse fato, pois há poucos dias, estive no Oriente Médio, onde há muralhas
que dividem até casas de famílias.
A
paz para Sharon é expulsar e eliminar o povo palestino. Mas podem observar que
esse povo não tem medo algum desse terrorista, de seu exército que mantém uma
máquina de guerra e de destruição total.
Ele
é um artista e sabe fazer cenários falsos na frente da imprensa mundial.
Termino
minhas palavras, saudando o povo brasileiro e o Governo brasileiro, e a terra
abençoada do Brasil. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Verª Maristela Maffei está com a
palavra.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente em exercício, nós
gostaríamos também de anunciar a presença de uma pessoa que nos ajuda na
construção da paz, que é o padre Resende, que também estará domingo fazendo a
grande caminhada na luta pela paz.
Quero
quebrar o protocolo e fazer uma homenagem especial, e solicitar que seja
permitido que a Fátima se pronuncie.
Este
símbolo tem um valor muito caro para mim, para a minha vida, tenho há anos, é o
mais antigo que eu tenho, e gostaria, neste momento, de oferecer a uma pessoa
que construiu, juntamente com a sociedade e esta Casa, a paz nas relações
humanas, é o meu caro amigo, camarada, companheiro Nader Bujah. Este símbolo
que me é caro, representa um elo eterno de ligação pela luta de vocês, da
família de vocês.
(É
feita a entrega da faixa.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Mesa solicita a presença da senhora
Shirin Dauli Baja para fazer o seu pronunciamento.
A SRA. SHIRIN DAULI BAJA: Boa tarde, senhores excelentíssimos da
Mesa, eu venho aqui com o objetivo de mostrar um pouco da cultura, da
literatura palestina, e desde já, digo que o poema na literatura palestina é
uma marca registrada. A literatura palestina tem uma atribuição muito forte
logo em seguida que fomos invadidos pela comunidade israelense, com sua
ocupação injusta em nossas casas, nossas terras, e hoje com um dos nossos
grandes poemas, que talvez muita gente ainda não tenha ouvido falar, mas com
certeza, em sites, livros, no google, e até talvez em guines pela sua grande atribuição como
poeta, poeta Tawfic Zayyad.
O
poema começa assim (Lê:) “Aqui/ sobre vossos peitos/ persistimos/ como uma
muralha/ em vossas goelas/ como cacos de vidro/ imperturbáveis/ E em vossos
olhos/ Como uma tempestade de fogo./ Aqui/ sobre vossos peitos/ persistimos/
como uma muralha./ Em lavar os pratos em vossas casas/ Em encher os copos dos
senhores/ Em esfregar os ladrilhos das cozinhas pretas/ Para arrancar/ A comida
de nossos filhos/ de vossas presas azuis./Aqui sobre vossos peitos/
Persistimos/ Como uma muralha/ Famintos/ Nus/ Provocadores/ Declamando poemas/
Somos os guardiões do sol/ Das laranjeiras e das oliveiras/ Semeamos as idéias
como o fermento na massa/ Nossos nervos são de gelo/ Mas nossos corações
vomitam fogo/ Quando tivermos sede/ Espremeremos as pedras/ insaciáveis/ E
comeremos terra/ Quando estivermos famintos/ Mas não iremos embora/ E não seremos
avarentos com nosso sangue/ Aqui / temos um passado / E um presente/ Aqui/ Está
nosso futuro.”
Temos
aqui também um outro poema de um nosso saudoso poeta, Samih Al-Qássim. A poesia
é assim: “Talvez perca – se desejares – minha subsistência/ talvez venda minhas
roupas e meu colchão/ talvez trabalhe na pedreira... como carregador... ou
varredor/ Talvez procure grãos no esterco/ Talvez fique nu e faminto/ mas não
venderá seu corpo/ não venderá sua alma/ ó inimigo do sol/ e até a última
pulsação de minhas veias/ resistirei/ Talvez me expulses da última polegada de
minha terra/ Talvez aprisiones minha juventude/ talvez me roubes a herança de
meus antepassados/ Móveis... utensílios e jarras/ Talvez queimes meus poemas e
meus livros/ Talvez atires meu corpo aos cães/ Mas jamais, jamais venderei
minha alma/ Ó inimigo do sol/ E até a última pulsação de minhas veias/
Resistirei/ Talvez apagues todas as luzes de minha noite/ Talvez me prives da
ternura de minha mãe/ Talvez falsifiques minha história/ Talvez ponhas máscaras
para enganar meus amigos/ Talvez levantes muralhas e muralhas ao meu redor/
Talvez me crucifiques um dia diante de espetáculos indignos/ Mas não me
venderei/ Ó inimigo do sol/ E até a última pulsação de minhas veias/
Resistirei/ Ó inimigo do sol/ O porto transborda de beleza/ Botes e alegrias/
Clamores e manifestações/ Os cantos patrióticos arrebentam as gargantas/ E no
horizonte... há velas/ Que desafiam o vento... a tempestade e franqueiam os
obstáculos/ É o regresso de Ulisses/ Do mar das privações/ O regresso do sol...
de meu povo exilado/ E para seus olhos/ Ó inimigo do sol/ Juro que não me
venderei/ Eu juro que esta será a última vez que direi a você/ E até a última
pulsação de minhas veias/ Jamais será em vão/ Resistirei/ Resistirei”. Obrigada.
(Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ao encerrar o período de Comunicações
dedicado a homenagear a Resistência Iraquiana e Palestina, queremos
cumprimentar, mais uma vez, a senhora Fátima, que é Presidenta da Sociedade
Palestina, o Sr. Sales Baja, o Sr. Nader Alves Bujah, bem como a Srta. Shirin
Baja, que manifestou aqui essa bela e pujante poesia. Quero dizer que a Casa
sempre está à disposição das lutas dos povos na defesa da liberdade, na defesa
da paz, porque a grande questão – é bom que se coloque – são os dirigentes, os
líderes; os povos buscam a paz, mas os líderes de diferentes matizes nos levam,
muitas vezes, a situações absolutamente incompreensíveis.
Mais
uma vez a nossa homenagem aos povos iraquiano e palestino na sua luta, na sua
resistência, na defesa da paz. Agradecendo a todos os senhores e senhoras,
levantamos a presente Sessão para as despedidas. Muito obrigado.
(Suspende-se a Sessão às 15h17min.)
O SR. PRESIDENTE (Elói
Guimarães – às 15h20min): Estão reabertos os
trabalhos. O Ver. Almerindo Filho está com a palavra em Comunicações.
Imaginem, nobres Vereadores, se a incipiente
medida de contenção ao aborto legal, que é a exigência do Boletim de Ocorrência
em caso de estupro, for desconsiderada, a que números chegaremos? Sem falar no
estímulo que tal Norma daria ao surgimento ainda maior de clínicas de aborto
sem a devida fiscalização.
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil deve
manifestar-se nos próximos dias quanto ao tema. O Relator do caso, Dr. Adhemar
Rigueira, explica que o médico responsável pela interrupção da gravidez ficará
exposto e poderá ser processado criminalmente com base no art. 126 do Código
Penal, que prevê pena de reclusão de um a quatro anos para quem provocar aborto
com o consentimento da gestante. Sem o Boletim de Ocorrência, o médico não vai ter em mãos qualquer
instrumento garantindo que a solicitante do aborto foi realmente vítima de
estupro. Ele fica sem um documento para se defender em eventual caso judicial.
Para mencionar uma autoridade médica, o Dr. Isac Jorge Filho,
Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, afirma que
a não-exigência do Boletim de Ocorrência para a realização do aborto legal após
estupro pode aumentar o número de abortos ilegais. Para ele, a Norma representa
um sério risco à saúde pública. Segundo o médico, os profissionais não têm como
investigar se a mulher está ou não falando a verdade. Isso é uma coisa muito
séria, pode levar hospitais a se transformarem em uma indústria de abortos.
Não posso aceitar que tal Norma passe aos nossos olhos sem a
devida atenção. Existe um número expressivo de métodos contraceptivos no
mercado e muitos deles estão disponíveis até nos postos de saúde. Cabe ao
Governo Federal incentivar uma discussão mais ampla sobre planejamento familiar
no Brasil.
Quero aproveitar o
restante de meu tempo para parabenizar o Ver. João Carlos Nedel, que ontem
inovou na Câmara de Vereadores, com a explicação de seu Projeto, e, na minha
opinião, idéias boas devem ser imitadas. Que a sua idéia seja imitada por todos
nós. Quero parabenizar V. Exª pela maneira como seu Projeto foi explicado e bem
entendido por toda a Casa. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. ERVINO BESSON (Questão
de Ordem): Sr.
Presidente, foi mais do que justa a homenagem, de iniciativa da Verª Maristela
Maffei, ao povo iraquiano e palestino. Só que estranhei que três oradores se
manifestaram nesse período de Comparecimento. Isso não está no Regimento e,
abre-se uma exceção, e nós teremos que ter o mesmo tratamento com outras
pessoas que irão comparecer a esta Casa.
O SR. PRESIDENTE (Elói
Guimarães): Tem
razão. Sabe V. Exª que, muitas vezes, a Presidência fica em situações difíceis
quando se trata de receber convidados. V. Exª tem razão, embora se tenha
dividido os tempos. Eu consigno o que V. Exª levanta, porque é oportuno.
Outra coisa que gostaria de ponderar, também, é a observância do
tempo, porque, se deixamos passar o tempo do orador para um, tem de deixar
passar para os outros. Com o coletivo, só o critério nos salva, só a lei nos
salva, só o Regimento nos salva. Eu acho que a observância do Regimento, em
todos os seus desdobramentos, é importante para todos. Acolho a observação de
V. Exª.0
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, não é uma
crítica a V. Exª, longe disso, mas, quando fiz parte da Mesa, no ano passado,
não era permitido que mais de uma pessoa usasse o tempo.
O SR. PRESIDENTE (Elói
Guimarães): São
justas as razões colocadas por V. Exª. O Ver. Maurício Dziedricki está com a
palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Elias Vidal.
O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, na data de hoje, gostaríamos de registrar, em
nome da Comissão de Defesa do
Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, a passagem comemorativa, na
última terça-feira, do Dia Internacional do Consumidor.
Para isso, quero fazer um relato histórico de como é o
comportamento e como foi o desenrolar das conquistas sociais no que dizem
respeito aos direitos do consumidor no cenário rio-grandense, no cenário
brasileiro.
O Movimento de Defesa do Consumidor está-se reestruturando no
Brasil e, especialmente, no Rio Grande do Sul, berço da luta das entidades
privadas. Depois de um período de letargia, começam a surgir movimentos
consistentes, como o Fórum de Defesa do Consumidor do Rio Grande do Sul,
entidade não-governamental que congrega mais de 50 entidades gaúchas envolvidas
com a defesa do cidadão.
Estamos em plena semana de comemoração do Dia Internacional do Consumidor.
E, nesta semana, cabe a cada um de nós, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras,
retratar este tema com propriedade nesta Casa, defendendo os interesses dos
porto-alegrenses, construindo discursos e políticas de inclusão, principalmente
pelo direito aos direitos do consumidor. Mas é bom relatar que, há trinta anos,
no dia 13 maio, quando o advogado Renato Mótula e alguns companheiros se
reuniram na Grande Loja Maçônica de Porto Alegre para fundar a Associação de
Proteção dos Direitos do Consumidor - a APC -, eles foram verdadeiros
visionários, eles sabiam que a luta seria árdua, extensa, mas que, ao mesmo
tempo, o Senhor, como razão maior, promoveu a inclusão social dos direitos
humanos no contexto social, promoveu o tempo como verdadeiro Senhor, apontando
um futuro melhor na conquista desses direitos.
A APC foi pioneira na defesa dos direitos do consumidor no Brasil,
e deixou seus frutos. O principal, com certeza, foi estimular a consciência do
consumidor. Tempos depois, em 11 de setembro de 1990, a longa luta dos
consumidores foi recompensada com sua principal conquista: surgia a Lei nº
8.078/90, o chamado Código de Defesa do Consumidor, arma com a qual o cidadão
pode-se defender, reclamar, pretender, desde a exigência dos prazos de garantia
aos preços exorbitantes que encontramos no mercado. Mas não se iludam, Srs.
Vereadores, com simples promessas, pois o consumidor consciente é aquele que
está em luta permanente por seus direitos. Políticas públicas são
responsabilidades do Estado e estão
intimamente relacionadas com os nossos direitos coletivos e individuais.
No que versa sobre nós, consumidores, por muitas vezes vorazes,
meu Presidente, é a falta de esclarecimento direto ao consumidor, até mesmo
atendimento confortando os nossos maiores anseios de justiça e de bom senso.
Para tanto, um dos temas recorrentes da CEDECONDH, e aqui eu quero ressaltar a
Presidência extremamente competente
do Ver. Ervino Besson, da companheira Verª Maria Celeste, da companheira Verª
Margarete Moraes, da Verª Clênia Maranhão, do companheiro Ver. Bernardino
Vendruscolo, na condução desses temas que tratam e versam sobre os direitos do
consumidor, de extrema importância.
Um
dos temas recorrentes neste Plenário foi a questão do Procon Municipal, uma das
questões de que o Ver. Adeli Sell tratou com propriedade, e, tenho certeza, não
vai-se omitir na construção desse instrumento forte, presente da Prefeitura
Municipal, atendendo às demandas e às pretensões dos porto-alegrenses.
Quero,
em nome do meu Presidente, reforçar o compromisso que a CEDECONDH tem para com
os direitos do consumidor; e quero fazer isso de maneira aberta, de maneira
plural, de maneira democrática, para que nós possamos, cada vez mais, recolher
esses anseios da população de Porto Alegre e transmiti-los nesta Casa, através
da fiscalização, de leis concretas, de um objetivo sólido, para compreender a
nossa verdadeira vocação - de parlamentares - no que diz respeito às demandas
de Porto Alegre.
Eu
tenho certeza, Presidente Besson, de que a nossa Comissão terá um trabalho
árduo na construção dessas políticas sociais, econômicas e de inclusão.
Faço
questão de ressaltar, com desprendimento, o que trago a este Plenário e que
faço questão de discutir na nossa próxima reunião de Comissão, que é a
diferença de preços da gasolina comercial encontrada em Porto Alegre. De que
maneira nós podemos tratar isso, de que maneira nós podemos aprofundar e
fiscalizar, acima de tudo, o compromisso? Vemos inúmeras colunas de jornal,
como a do Paulo Sant’Ana, neste mês de março, tratando da relevância desse
tema, porque ele está diretamente afeto ao bolso do consumidor. Queremos fazer
com que a nossa Comissão, através de um trabalho sólido, possa trazer a este
plenário um objetivo concreto para a resolução desse problema, porque não mais
podemos deixar de defender os direitos do nosso consumidor.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje tive a oportunidade de almoçar na Escola
Estadual de Ensino Fundamental Brigadeiro Eduardo Gomes. Nesse almoço estavam
reunidos a Associação dos Amigos do Bairro Anchieta, o Rotary Anchieta e alguns
empresários. Essa escola é uma escola estadual pequena, tem 150 alunos, e
alguns empresários da zona Norte, junto com o Rotary e a Associação dos Amigos
do Bairro Anchieta resolveram assumir a Escola e fizeram junto a ela - uma
Escola que tem 39 anos - um prédio de 100 metros quadrados com toda a
infra-estrutura, com refeitório; pintaram toda a Escola, colocaram lajota em
toda ela, móveis e investiram quase 200 mil reais.
Eu
quero dizer que não é muito comum, em escolas públicas, entidades fazerem esse
tipo de investimento. Então nós queríamos parabenizar o Rotary Anchieta, a
Associação dos Amigos do Bairro Anchieta e os empresários da região por essa
iniciativa.
Tivemos
também, inclusive, uma reunião com o Secretário de Estado da Educação, José
Fortunati, convidando-o para que ele conheça essa nova escola, e quando eu digo
essa nova Escola. Digo nova Escola porque realmente é uma nova escola; ela foi
toda reformada sem um real gasto pelo Poder Público. Então o que nós podemos
ver é que cada vez mais esse espírito de solidariedade, esse espírito de
voluntariado está fazendo parte da sociedade. Por exemplo, o próprio sistema
SESI/FIERGS esteve lá e doou 130 Kg de leite em pó, mostrando a relevância
social do projeto. Grupos de supermercados também fizeram donativos de gêneros
não-perecíveis para a própria organização da merenda dessas crianças.
São
iniciativas como essa que cada vez mais ajudam esse espírito de parceria,
iniciativa de pessoas, entidades que buscam principalmente a questão do bem
comum.
Então,
Sr. Presidente, nós queríamos vir a publico fazer esse relato.
E
quero aproveitar, também, parte do nosso tempo - na última Sessão nós colocamos
a nossa indignação com referência ao show
do Lenny Kravitz que houve em Porto Alegre – para dizer que não foi cumprida a Lei
nesse show, pois não houve um show de abertura com músico local. Já
está agendado para a próxima quarta-feira, quando o Procurador do Ministério
Público vai-nos receber para que nós possamos formalizar essa denúncia e
esperamos que, após as investigações que o Ministério Público fará, possamos
responsabilizar os organizadores – no caso a Opinião Produções, juntamente com
a Rádio Atlântida –, pois queremos o devido ressarcimento para a Secretaria
Municipal de Cultura.
E
quero dizer que entendo que o Secretário Municipal de Cultura, Sergius Gonzaga,
foi omisso, porque o alertamos por meio de um fax e não obtivemos resposta. E
se o Ministério Público entender que houve omissão, nós vamos também querer que
o Secretário da Cultura seja intimado por omissão, e vai ser responsabilizado
civilmente e criminalmente por essa atitude, porque não estamos aqui para
brincar de fazer política. Se as Leis existem, nós queremos o seu cumprimento e
vamos fazer todos os investimentos para que sejam cumpridas até o fim. Eu volto
a dizer: se o Ministério Público entender, vamos julgar também o Secretário da
Cultura do Município de Porto Alegre.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Haroldo de Souza está com a
palavra em Comunicações.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Vereadores, Vereadoras,
amigos que aqui se encontram, tivemos uma homenagem aqui, instantes atrás, em
que ouvi um dos homenageados defender o terrorismo. E, como se pode falar isso,
eu posso registrar a minha revolta por isso, porque não é por ser homenageado
que tenho o direito de chegar aqui e falar o que quero. Defesa ao terrorismo,
não; defesa da paz, eu também quero. Então, eu peço, e gostaria que eles
estivessem aqui: em nome de Deus, iraquianos, soltem o nosso engenheiro que
vocês seqüestraram e que não está aí no Iraque em guerra, está aí trabalhando.
Visitamos
na semana passada o Shopping Total, num trabalho da Comissão, da CECE, aqui da
Casa, e eu fiquei estarrecido com o que eu acompanhei lá. Que empreendimento,
Ver. João Antonio Dib! Um empreendimento que, depois de pronto, certamente será
um dos pontos do Rio Grande do Sul, não só de Porto Alegre, mas de gaúchos e
gaúchas de todo o Estado, inserido no turismo, que é uma fonte excepcional de
renda. O Município vai arrecadar mais. É um local, Ver. Goulart, onde se
encontra cinema a R$ 1,99 – cinema a R$ 1,99! E nesse complexo é onde ainda faz
compras, a preços incríveis, a decadente classe média, se ela ainda existe.
Mas,
gente, ali no Shopping Total, onde por tantos anos se fabricou a cerveja
Brahma, um local de raríssima beleza arquitetônica, temos obras paradas,
lamentavelmente paradas por entraves da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
Desde o ano de 2003 os empreendedores passam por dificuldades, mas não são
dificuldades financeiras, não - eles mesmos dizem que têm condições -, são
dificuldades burocráticas, políticas, deixando de gerar ali centenas de
empregos diretos. Eu disse: empregos diretos!
Agora
prestem atenção que eu vou resumir o que é que está parado ali, que não está
funcionando ainda, e que deveria ter sido entregue no mês de novembro do ano
passado: o museu da cerveja; uma cervejaria; a Ospa, espaço dado pelos
empreendedores sem cobrar um tostão; o bar temático Elis Regina, que hoje, se
viva estivesse, completaria 60 anos. Um local grandioso - como foi grandioso o
talento da Elis Regina - sem ônus para o Município; um teatro – mais um teatro
sem ônus para o Município!; um Memorial do Patrimônio Histórico; um Museu do
Esporte – sem ônus para o Município; uma biblioteca pública – também sem ônus;
e uma cantina, adega, para a gente, com a família, tomar um vinho.
Eu
não posso deixar de dizer que, apesar de tantas coisas boas que o Governo
passado fez, é inegável que em alguns pontos deixou muito a desejar, cometendo
verdadeiros crimes contra a Cidade. Como atrapalhar a obra de um grupo que,
buscando lucros também, claro, oferecem à Cidade um local que irá se
transformar, em pouco tempo, em encontro de todas as classes, um ponto
turístico para a cidade de Porto Alegre! Um local cultural de excepcional valor
para a Cidade que tanto amamos, da qual nos orgulhamos, apesar de as carroças
continuarem nas ruas.
Eu
confesso que isso me preocupa na política, o não-fazer pela Cidade, colocando
acima das ações políticas o interesse ideológico – a ideologia acima das ações
de benefício para a Cidade, para o Estado ou para o País! Administrar
partidariamente, para mim, é uma coisa. Administrar ideologicamente é outra.
Fanatismo, então, nem pensar! Esse é o jeito de não fazer política.
Eu
me senti envergonhado da política, como todos nós estamos envergonhados por
essa arruaça, por essa esculhambação que tomou conta do Congresso Nacional, com
os Deputados criando mais um arrasto de dinheiro para eles, coisa que nós
combatemos aqui. Lá em Brasília está bagunçado, e nós também acompanhamos, com
esse verdadeiro embargo da Prefeitura dirigida pelo PT, as obras do Complexo
Cultural e de Lazer do Shopping Total. Vergonha, sim, de saber, que mesmo
reconhecendo os inúmeros acertos da Administração Petista, outros fatos
lamentáveis aconteceram nos 16 anos que a Cidade ficou dirigida pelo Partido
dos Trabalhadores. Trabalhadores? Mas como trabalhadores, se embargam obras que
podem gerar 500, 600 novos empregos diretos para a cidade de Porto Alegre?!
Eu
estive anteontem com o Prefeito Fogaça, e pedi a ele empenho e rapidez para que
essas obras realmente possam acontecer, porque, sinceramente, gente, o excesso
de burocracia do PT na Prefeitura, ao longo desses 16 anos, também não deixou
sequer sair do papel o aproveitamento do Cais do Porto, outro local também, que
depois de pronto, irá provocar a geração de novos empregos diretos.
Lamentavelmente, tanta gente sem emprego e a Prefeitura do PT embargando obras
pela Cidade. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra
em Comunicações.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Ver. Elói Guimarães, Presidente, 1º
Secretário Ver. Nereu D’Avila, quero saudar todas as Vereadoras e Vereadores
aqui presentes. Quero me reportar às palavras do Ver. Maurício, e também
registrar aqui a passagem do dia 15 de março, Dia Mundial dos Direitos do
Consumidor, visto que essa foi uma data importante. Estive dando uma olhada no
Jornal Zero Hora, e algumas queixas aqui no nosso Estado, no Procon Municipal,
me chamaram a atenção. No ranking de
reclamações registradas no Procon do Rio
Grande do Sul, no ano passado, segundo dados do Juizado Especial Cível, entre
os três principais índices que apontam reclamações de consumidores estão os
serviços, com 56.980 queixas. Desse total, 31.860 foram contra empresas de
telefonia. A gente sabe que existe muita reclamação na área de telefonia, e,
geralmente quando a gente liga para reclamar, atende uma máquina, que passa
para um outra máquina, depois outra máquina, enfim... Isso quando se consegue;
às vezes não se consegue nem chegar à máquina. Para falar com uma pessoa é
praticamente impossível, porque tudo é a máquina que atende. Eu queria fazer
este registro: foram 31.860 reclamações em um ano, em cima de problemas
relativos à telefonia.
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Obrigado, Ver. Márcio. Só para corroborar o que V. Exª diz. Eu não
cheguei a ir ao Procon, mas acho que nós devemos pensar algumas ações,
inclusive a partir desta Casa. Pelo segundo mês consecutivo me vem uma conta da
minha operadora particular do celular. A primeira vez foi no valor de 535
reais. Eu consegui a revisão, baixou para 135 reais. Agora, da mesma forma,
está em revisão novamente. Imaginem as pessoas que não se dão conta de reclamar
em que grau estão sendo lesadas! É necessário que todos os que nos assistem,
todos os que nos ouvem “abram o olho” e façam valer a busca das instâncias da
Defesa do Consumidor. Muito obrigado.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Quero registrar oportuna a intervenção
do Ver. Todeschini. Sem contar os casos de clonagem, de que a gente ouve o
pessoal reclamando.
O segundo item mais questionado refere-se a produtos: 38.700 reclamações, incluindo os planos de saúde.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: É uma iniciativa importante. Eu quero dizer
que também estou de acordo com que todos os órgãos ou organismos que possam ser
criados com o objetivo de defender o consumidor devam ter o apoio desta Casa.
Muito oportuna a intervenção do Ver. Ervino Besson. Muito obrigado.
O
terceiro maior índice de queixas foi o setor financeiro: reclamações contra
bancos, enfim; foram 31.180 reclamações. A gente vê que, para o período de um
ano, esses números são realmente alarmantes. Então fica aqui o nosso registro
dessa data importante.
E
o segundo assunto de que quero tratar, neste período de Comunicações, diz
respeito a minha participação, ontem, em representação externa desta Casa,
quando estive participando e representando o Legislativo Municipal, numa
homenagem feita pelo Deputado Vieira da Cunha, na Assembléia Legislativa,
alusiva aos 40 anos da Procuradoria-Geral do Estado; um Grande Expediente que
contou com a participação de inúmeros ex-Procuradores.
Eu
quero destacar que foi uma justa homenagem à Procuradoria, que presta um
serviço relevante à nossa sociedade, e para constar, inclusive, eu gostaria de
fazer - se o tempo ainda me permitir -, fazer uma referência ao discurso do
Deputado Vieira, sobre algumas das conquistas da Procuradoria-Geral do Estado
que me chamaram à atenção, (Lê.): “Dentre as inúmeras atividades da
Procuradoria-Geral do Estado, cumpre destacar, na sua atuação judicial, o
ingresso, em maio de 2004, de medida cautelar junto ao STF com pedido Liminar,
que se encontra pendente de apreciação pela Corte Suprema, a fim de que as
obrigações correspondentes ao serviço dos financiamentos concedidos pela União
ao Estado do Rio Grande do Sul relativas ao Programa de Apoio à Reestruturação
e ao Ajuste Fiscal dos Estados (PROES) fossem pagas conjuntamente com as
obrigações relativas ao refinanciamento de dívidas previsto pela Lei nº 9.496
de 11 de setembro de 1997, especificamente para os fins de aplicação do limite
máximo de 13% de comprometimento da Receita Líquida Real, nos termos do art.
5º, § 1º, da Medida Provisória nº 2.192, de 24 de agosto de 2001”.
Então, fica esse destaque. Acredito que foi uma justa homenagem à Procuradoria, órgão importante, e cabe ressaltar que também contou com a nossa presença e a nossa participação nessa homenagem que foi proposta pela eminente Deputado Vieira da Cunha, na Assembléia Legislativa, no dia de ontem. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrado o período de Comunicações. Passamos ao
GRANDE
EXPEDIENTE
O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, inicialmente eu queria cumprimentar o Ver. Almerindo Filho por ter
aqui se posicionado contrário àquela Norma do Ministério da Saúde que
praticamente libera o aborto em nosso País. O aborto é uma das causas da
violência contra a vida, e nós não podemos ser favoráveis a isso.
Eu
gostaria de falar justamente sobre um assunto que me preocupa por demais, mas
que fosse levado pelos meus colegas num sentido de reflexão, não como crítica.
Em Porto Alegre surgiu, na semana passada, um movimento da sociedade contra a
violência, a violência que nos assusta e que já é por demais ampla e que deve
ser combatida. Nós temos a violência contra a pessoa – homicídios, a guerra do
trânsito, os seqüestros, o terrorismo, a pessoa que está sendo violentada; nós
temos a violência contra o patrimônio – roubos, assaltos, sonegação,
contrabando, até pixações de prédios públicos, dando prejuízo à sociedade, não
só de prédios públicos, mas de prédios particulares, porque é o patrimônio do
público, não só da coisa pública, e sim também do patrimônio particular.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte?
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Vereador, eu não vou dar aparte, porque
eu pedi que fosse uma reflexão. Eu não vou fazer debate, eu quero só uma
reflexão. Então, me desculpe.
Mas
nós temos a violência contra os valores e os bons costumes. Então, hoje, Ver.
Dib, se fala por demais na legalização dos jogos de azar, e não pensamos que,
junto, na esteira desses jogos, vem a lavagem de dinheiro, as grandes máfias,
tudo isso que desagrega a sociedade e a família.
Nós
temos também a legalização das drogas; querem legalizar as drogas num País com
uma educação de nível baixo, vamos dizer; imaginem a proliferação que vai
acontecer das drogas.
Nós
temos também - que também é uma violência contra os valores da sociedade e dos
bons costumes, contra aquilo que nós aprendemos em casa, na família – a
tentativa de oficializar o casamento de pessoas do mesmo sexo. Isso é uma
violência contra os valores da sociedade.
Também
acho que é uma violência a legalização da profissão de prostitutas ou
prostitutos. Então, a sociedade fica à mercê dessas violências.
E
V. Exª, Ver. Almerindo Filho, falou também sobre o assunto da violência contra
a vida. Ora, o nosso maior patrimônio é a vida. E nós estamos aí com esse
movimento para liberar o aborto, o assassinato de crianças indefesas. Nós não
podemos pensar nisso. Nós temos também essa tentativa de liberar a eutanásia,
também contra a vida, contra o maior patrimônio da sociedade. E quais são as
causas dessas violências? Nós temos muitas causas, e não vou enumerar em ordem,
mas o desemprego é uma delas. Nós temos um elevado índice de desemprego. E o
que temos de fazer? Lutar pelo desenvolvimento, pela geração de emprego; e vejo
nós, políticos, trancando o desenvolvimento, aumentando a burocracia, criando
dificuldades para a geração de emprego, para a instalação de empresas, de
empreendimentos que vão gerar emprego e renda. Nós temos de ter postura de
desenvolvimento, que ele, com a ação do Estado, vai gerar emprego e renda.
Nós
temos, dentro da linha do desemprego, falta de qualificação profissional, sim,
precisamos investir na qualificação.
Outra
causa da violência, Verª Neuza, efetivamente, é a proliferação das drogas. Que
coisa triste as drogas no nosso País! Por falta de Educação, sim, Vereadora,
por falta de Educação. É também da omissão dos políticos que vou falar logo
após.
E
esta semana a revista Veja publicou (Mostra revista.): “Tentáculos das FARC no
Brasil”. As FARC são hoje os maiores fabricantes e distribuidoras de drogas,
talvez, no mundo. Ela acusa, aqui, o Partido dos Trabalhadores de receber
doações. Eu, particularmente, não acredito, mas gostaria que o Partido dos Trabalhadores
fizesse duas coisas: primeiro, eliminasse as FARC da sua parceria no Fórum de
São Paulo; quando o PT expulsar as FARC do Fórum de São Paulo eu vou ficar
muito satisfeito. Segunda coisa, que o Presidente Lula declare as FARC como
movimento fora da lei, para que o Presidente colombiano possa ir a ONU
representar contra as FARC. Quando tiver essas duas decisões vou ficar muito
satisfeito, porque aí vou dizer que o que a revista Veja está dizendo não é
verdade.
Outra
causa: impunidade e morosidade da Justiça. Nós temos que refletir sobre isso:
impunidade e morosidade de decisões na Justiça.
E
a outra parte, que cabe a nós fortemente, é a omissão dos políticos. Nós,
políticos, temos que ocupar melhor o nosso tempo e lutar pelo desenvolvimento
que gera emprego, lutar pela saúde do nosso povo e lutar pela Educação.
Eu
sou uma pessoa otimista. Nós estamos no século XXI, novos tempos, novas idéias;
nós estamos aí com a Campanha da Fraternidade: Solidariedade e Paz. Há pouco
homenageamos, aqui, a causa palestina, objetivando a luta pela paz; não a luta
na guerra, a luta pela paz, a causa da paz!
Ontem,
os Vereadores, aqui nesta Casa, deram uma demonstração de fraternidade, sim,
aprovando o meu Projeto que permite que nós possamos desenvolver o turismo em
Porto Alegre, para gerar emprego e renda, diminuindo as causas da violência.
Hoje,
o Prefeito José Fogaça fez um diagnóstico da situação financeira do Município,
que não é boa, mas que será enfrentada com muito otimismo. E o título, Ver.
Todeschini, do diagnóstico é: “Sem olhar para trás”, olhar para frente, com
otimismo, com desenvolvimento.
Portanto,
Sr. Presidente, estou encerrando, cabe à Câmara de Vereadores também, refletir
a respeito dessa nova postura e pensar no progresso e no desenvolvimento de
Porto Alegre. Assim agindo, nós Vereadores, estaremos lutando pelo bem comum
dos cidadãos, pois Porto Alegre merece.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. José Ismael Heinen está com a
palavra em Grande Expediente.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente, Ver. Elói
Guimarães, M. D., nobres Vereadoras, Vereadores, poderíamos aproveitar este
espaço de 10 minutos para nos referirmos, por exemplo, ao aumento espetacular
da taxa de juros do nosso País, ontem aumentada em mais 0,5%; da elevadíssima e
insuportável carga tributária, 38% da média do PIB; poderíamos, também, de
repente, comentar a situação econômica que a Administração da nossa Prefeitura
assumiu, como exemplo, o início do pagamento da 3ª Perimetral, Ver. Dib, pois
começa em janeiro de 2005 a primeira prestação de 3 milhões e meio de dólares.
Parabéns ao nosso Prefeito no contingenciamento de 30% já no primeiro ano do
corte das despesas e investimentos. Mas quero dizer ao nosso Prefeito que pode
contar com a nossa vontade pela coragem e a firmeza política que com certeza
vai enfrentar neste primeiro ano, colocar a casa em ordem e depois fazer os
investimentos que a nossa Cidade merece.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Meu caro colega Ver. Ismael, nos discursos do Lula, na sua
campanha, e eu acho que todos os discursos a que eu assisti, ele dizia que a
primeira coisa que iria combater era a alta taxa de juros. Como é que ele vai
explicar isso agora? Obrigado pelo aparte de Vossa Excelência.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Obrigado Ver. Besson. Poderíamos referir
da minha origem, que é a família militar, seus pensionistas, aposentados em
geral, servidores públicos municipais, estaduais, federais, como se fossem eles
os agentes culpados, ao chegarem no final de suas carreiras, de todo o mal que
está acontecendo neste País, porque depois de tanto tempo, 30, 35 anos
trabalhando, os direitos estão sendo diminuídos, 11% para a Previdência, etc.
Vou,
porém, me ater ao assunto tratado na última reunião da nossa Câmara, que é o
desenvolvimento turístico da nossa Capital, e por que não estender a
preocupação ao Estado do Rio Grande do Sul. Eu parabenizo toda a Casa, porque
juntos nós derrotamos um Veto, e com isso, talvez, estejamos dando início a
essa cultura turística tão necessária para o povo gaúcho.
Sabemos
todos que a cultura turística desenvolve a sua própria cultura educativa,
aumenta a receita, sem que necessitemos aumentar as taxas de impostos, sem
precisarmos criar novas taxas de impostos, que já são tantas, que a gente não
sabe quantas são, e nos ajuda a minorar a taxa de desemprego, qualificando
inclusive esses empregos, dando mais dignidade ao povo da nossa Cidade.
Com
essa cultura turística, com certeza, se nós conseguirmos desenvolvê-la, teremos
mais segurança. E para tanto meus senhores, nós estamos apresentando a esta
Casa um Projeto de Lei que visa primordialmente a aproveitar a cultura
tradicionalista, uma cultura tão bem departamentalizada, tão limpa de
conceitos, completa nas suas tradições, e propondo transformá-la em cultura
turística.
Ao
mesmo tempo em que divulgarmos essa cultura, teremos esses preceitos reservados
para a posteridade, mas também mostrar ao Brasil, e ao mundo - por que não? -
quão rica é a nossa tradição.
Na
reunião da CUTHAB tive a oportunidade de dialogar com uma arquiteta, e chegamos
ao consenso da necessidade, inclusive, de uma cultura turística aos próprios
porto-alegrenses em relação à nossa Cidade.
O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Prezado Ver. Ismael, nós, em Porto Alegre, e falo da região Sul,
possuímos todo um potencial, não só da cultura, relacionado ao tema do gaúcho,
como também à questão ambiental. E quero dizer que lamentamos que, na semana
passada, o Governo do Estado fechou o Parque de Itapuã, atrativo turístico da
Região Sul, um trabalho construído, e que achamos deve ser imediatamente
reaberto para incentivar essa rota de turismo da Região Sul de Porto Alegre.
Obrigado.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Fico preocupado com o pronunciamento do querido Ver. Comassetto. O
Governo do Estado estava preocupado em preservar uma área num momento de seca,
onde qualquer pau de fósforo dava incêndio.
Acho
que o Governo do Estado, naquele momento, estava certo, e o passado mostra que
foi necessário, por algum tempo, manter fechada aquela área.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Agradeço pela contribuição de V. Exª.
Enfim,
está em tramitação nesta Casa um projeto que denominamos Projeto Cidade Gaúcha
– Parque Temático Tradicionalista de cunho permanente.
Imaginem
os senhores se nós conseguirmos o investimento necessário, privado e público,
se possível, e pudermos montar essa estrutura tradicionalista, em que podemos
exemplificar, porque poderemos ter, além da preocupação com o tradicionalismo
puro, diversas oficinas, ensinando, inclusive, às futuras gerações, como se faz
o chimarrão, de onde surgiu o chimarrão, oficinas das nossas pilchas, oficinas
do nosso artesanato, da ferraria, da comida típica, da trança de couro,
oficinas de metal. Seria, mais ou menos, em cada oficina termos um
representante, digamos, da trança de couro, o gaúcho pilchado mostrando a sua
indumentária, trançando o couro, e ao mesmo tempo ter essa mercadoria para
expor, explicar e vender ao turista.
Imaginem
os senhores se nós pudermos fazer com que esse turista que passa pelo Estado do
Rio Grande do Sul, que passa às vezes ao largo de Porto Alegre em direção a
Santa Catarina, se pudermos fazer com que ele se hospede ao menos um dia, dois
dias na nossa Capital. E nós só vamos conseguir isso se tivermos pontos da
nossa rota turística que realmente atraiam a curiosidade desse povo andante
pelo mundo que recolhe tantas economias a mais aos cofres do poder público,
para que isso possa ser revertido em mais Educação, mais Saúde.
O
nosso Estado, e vejo isso com preocupação, está atrás de outros Estados
brasileiros, talvez pela sua própria cultura, mas temos, meus senhores, uma
cultura pronta, tradicionalista, que é nossa, que é gaúcha. Basta apenas termos
a vontade política, tanto de amor às tradições, e também ao nosso turismo, e
fazermos da nossa Capital, Porto Alegre, o portal de entrada de uma cultura
turística usando a nossa história, o nosso passado, e podermos, com isso,
contribuir - ou ela contribuir conosco – para, de repente, começarmos com uma
cultura definitiva de turismo à altura de nosso Estado, e trazermos as
vantagens que o mundo busca, e que nós temos e podemos buscar também. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrado o Grande Expediente. A Verª
Manuela d’Ávila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr. Presidente, Senhoras Vereadoras,
Senhores Vereadores, senhoras e senhores, eu havia planejado utilizar o Tempo
de Liderança do meu Partido, hoje, para me referir às atitudes e às violências
cometidas por parte de alguns soldados da Brigada Militar para com os
estudantes no dia de anteontem, na terça-feira. Mas a gente não pode planejar
todas as coisas quando estamos num ambiente tão dinâmico como o plenário da
Câmara de Vereadores desta Capital.
As
reflexões que o Ver. João Carlos Nedel trouxe a este plenário, hoje, me fizeram
refletir, e me vejo obrigada a permanecer debatendo, porque não poderia me
omitir de pautar ou tentar responder às questões colocadas por Vossa
Excelência. Mesmo com todo o respeito que tenho, e permanentemente tenho
demonstrado isso por todos os colegas que desenvolvem suas atividades com a
nossa Bancada aqui na Câmara, é inadmissível para uma mulher jovem como eu – e
tenho convicção que para todas as mulheres – ouvir que o aborto é um dos
causadores da violência no nosso País.
Nós
tivemos a oportunidade de debater, e V. Exª fez menção à atividade que
aconteceu aqui, que o Dr. Mathias Nagelstein ajudou a organizar, da sociedade
civil contra a violência. Nós podemos comparar números, Ver. Nedel: ao
verificarmos que um milhão de mulheres morrem por ano no nosso País, vítimas de
aborto clandestino, desse total, 150 mil são mais jovens do que eu; têm até 21
anos. E que 96% dessas mortes, ou seja, 960 mil mulheres deixariam de morrer
todos os anos se o nosso País permitisse que elas realizassem abortos em
centros especializados. Isto não é uma defesa aberta ou histérica ao aborto.
Mas é a defesa histérica e incansável do respeito ao corpo da mulher, do
respeito à vida, e do respeito à opção da mulher sobre o que fazer com o seu
próprio corpo.
É
inadmissível ouvir que o aborto é uma das causas de violência no nosso País,
quando nós vemos as estatísticas – e não são estatísticas quaisquer, são
sérias, como, por exemplo, aquelas estatísticas trabalhadas pela Unesco. E nós
vemos que a cada 15 segundos uma mulher é espancada, e essas agressões - muitas
vezes, nós, aqui, na segurança do plenário, na segurança dos nossos lares,
achamos e idealizamos, no sentido pejorativo, como ocorre a violência contra a
mulher? Como ocorrem os atos de estupro? Nós “idealizamos” que a moça, a
senhora, está caminhando pela rua e sai de trás da árvore, de trás da moita, de
trás do muro, o inimigo armado com faca, com revolver -, e, na realidade, a
maior parte dessas agressões acontece dentro dos próprios lares, por pais, por
irmãos, por primos, por parentes ou por vizinhos, por pessoas conhecidas, e
esse é o motivo que hoje faz com que nossas mulheres não prestem queixa nas
delegacias, e aí surge a necessidade por que o nosso Governo regularizou,
agora, de que não seja necessário o Boletim de Ocorrência para a realização do
aborto por estupro, porque infelizmente as nossas políticas públicas para as
mulheres são muito recentes na história do nosso País.
Até
o Governo Fernando Henrique isso não era obrigatório; isso passou a ser
obrigatório por um decreto daquele Presidente, porque antes se entendia um
pouco mais dos direitos da mulher, e hoje nosso Governo tenta, a duras penas,
restabelecer os direitos mínimos de a mulher poder decidir o futuro do seu
próprio corpo, da sua própria vida. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR (Art. 151 do
Regimento)
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª SESSÃO
PROC. 2899/03 - PROJETO
DE LEI DO EXECUTIVO N.º 021/03,
que institui Área Especial de Interesse Social AEIS II para regularização do
loteamento clandestino situado na Estrada Octávio Frasca n.os 1.568
e 1.578 - Morada das Flores. (desarquivado pelo Ver. Carlos Comassetto)
PROC.
4448/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 342/03, de autoria do
Ver. Haroldo de Souza, que dispõe sobre incentivo fiscal às empresas que
admitem empregados com idade superior a 50 (cinqüenta) anos e dá outras
providências.
PROC.
N.º 6978/03 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 014/03, que altera a
Lei Complementar n.º 434/99, compatibilizando-a com o Estatuto da Cidade, Lei
Federal n.º 10.257/01.
(desarquivado pelo Ver. Carlos Comassetto)
PROC.
N.º 0287/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 002/04, que desafeta
da destinação de uso comum do povo próprio municipal para fins de regularização
fundiária através de concessão de Direito Real de Uso. (desarquivado pelo Ver. Carlos
Comassetto)
PROC.
N.º 3894/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 037/04, que institui
Área Especial de Interesse Social, na Categoria de AEIS II, na gleba situada na
MZ 08, EUE 050, com vistas à regularização de loteamento irregular situado na
Estrada Edgar Pires de Castro, 9.780, e dá outras providências. (desarquivado pelo Ver. Carlos
Comassetto)
PROC. N.º 0841/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 038/05, de autoria
do Ver. Raul Carrion, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto
Alegre ao Professor Hélgio Henrique Casses Trindade.
PROC. N.º 1165/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 050/05, de autoria
do Ver. João Carlos Nedel, que altera a redação do art. 1º da Lei n.º 1.566, de
31 de dezembro de 1955, que denomina Estrada João Salamoni, corrigindo-a
ortograficamente para Estrada João Salomoni.
PROC.
6244/03 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 049/03, que institui
Área Especial de Interesse Cultural – AEIC, na gleba situada na MZ 08, UEU 052,
subunidade 01 da Lei Complementar n.º 434/99 – PDDUA, com vistas a assentar
Comunidade Kaigangue, localizada na Estrada João de Oliveira Remião, n.º 9735,
Bairro Agronomia.
(desarquivado pelo Ver. Carlos Comassetto)
PROC.
N.º 4060/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 041/04, que desafeta a
área de praça da quadra “D” do Loteamento dos Servidores da Carris, situada na
Vila Rio Branco, no Bairro Santa Tereza. (desarquivado pelo Ver. Carlos
Comassetto)
PROC.
N.º 4751/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 045/04, que aprova
projeto urbanístico para área da Rua Voluntários da Pátria abrangida pelo
Programa Integrado Entrada da Cidade.
(desarquivado pelo Ver. João Antonio Dib)
PROC.
1318/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 070/05, de autoria da Ver.ª Maristela
Maffei, que concede o Prêmio “Construtor da Paz” à Comissão Pastoral da Terra
(CPT).
2.ª SESSÃO
PROC.
N.º 0075/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 016/05, de autoria do
Ver. Dr. Goulart, que concede o Prêmio Francisco José Zaffari
de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente a Carlos Caetano
Bledorn Verri (Dunga), na modalidade personalidade; ao Instituto da Criança com
Diabetes, na modalidade entidade e à Rede Brasil Sul (RBS), na modalidade empresa.
PROC.
N.º 1408/05 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA N.º 004/05, que altera e
dá nova redação ao inciso I do §6º, e ao inciso I do § 7º, todos do art. 121 da
Lei Orgânica do Município de Porto Alegre.
PROC.
N.º 1275/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 068/05, de autoria da
Ver.ª Mônica Leal, que altera a redação do art. 1º da
Resolução n.º 1.462, de 15 de maio de 2000, estabelecendo a terça-feira
imediatamente anterior ao dia 18 de novembro de cada ano para a comemoração do
Dia da Brigada Militar pela Câmara Municipal de Porto Alegre.
PROC.
N.º 1310/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 059/05, de autoria da
Ver.ª Neuza Canabarro, que denomina Rua Germano Arduino Toniolo um
logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Camaquã.
PROC.
N.º 1347/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 062/05, de autoria da
Ver.ª Neuza Canabarro, que concede o título honorífico de Cidadão
de Porto Alegre ao Senhor Humberto César Busnello.
PROC.
0597/00 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 001/00, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que
dá nova redação ao caput do art. 7º
da Lei Complementar nº 320, de 02 de maio de 1994. (denominação de logradouros)
(desarquivado pelo Ver. Carlos Comassetto)
PROC.
1163/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 048/01, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que
institui o ensino de Noções de Primeiros Socorros nas escolas municipais e dá
outras providências. Com Emendas n.ºs 01
a 04.
PROC.
2175/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 129/02, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que
normatiza o funcionamento dos estacionamentos de “shopping centers”.
PROC.
2341/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 106/03, de autoria do
Ver. Haroldo de Souza, que dispõe sobre o Programa de Prevenção e Controle do
Diabetes nas crianças e adolescentes matriculados nas creches e demais
estabelecimentos da rede municipal de ensino.
PROC.
2558/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 119/03, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que
assegura aos idosos com mais de 60 anos de idade gratuidade nos eventos
esportivos e dá outras providências. Com Emenda n.º 01 e Subemenda n.º 01.
PROC.
6350/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 458/03, de autoria do
Ver. Haroldo de Souza, que dispõe sobre a instalação de
recipientes para a coleta de baterias usadas de telefones celulares e outros. Com Emenda n.º 01.
PROC.
N.º 2254/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 097/04, de autoria do
Ver. Haroldo de Souza, que dispõe sobre a instalação de grades protetoras em
logradouros públicos de uso estritamente residencial no Município de Porto
Alegre e dá outras providências.
PROC.
5511/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 055/04, que
oficializa a Feira de
Antigüidades na Praça Daltro Filho aos sábados. (desarquivado pelo Ver. Nereu
D’Avila)
PROC.
5914/04 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 010/04, que altera os limites do Parque Natural
Morro do Osso e dá outras providências. (desarquivado pelo Ver. Carlos
Comassetto)
PROC.
4338/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 321/03, de autoria do
Ver. Sebastião Melo, que institui a Semana Municipal de Prevenção e Combate à
Osteoporose no Município de Porto Alegre e dá outras providências. Com Emenda n.º 01.
PROC.
N.º 1477/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 061/04, de autoria
dos Vereadores Ervino Besson e Sebastião Melo, que dispõe sobre a instalação,
sinalização, contratação e utilização de controladores eletrônicos de
velocidade e de semáforos nas vias públicas de Porto Alegre, e dá outras
providências a respeito de lombadas eletrônicas e da fiscalização por radar
móvel e fixo.
PROC. N.º 4202/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 187/04, de autoria
do Ver. Adeli Sell, que institui a Feira do Disco Vinil na Rua Uruguai.
PROC.
N.º 5049/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 208/04, de autoria do
Ver. João Bosco Vaz, que denomina Rua Lelis Leo Garcia Espartel um logradouro
público cadastrado, localizado no Loteamento Nova Ipanema Green. (desarquivado
pela Ver.ª Maristela Maffei)
PROC.
N.º 5067/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 209/04, de autoria do
Ver. João Bosco Vaz, que denomina Rua Michael Motta Seelig um logradouro
público cadastrado, localizado no Loteamento Nova Ipanema Green. (desarquivado
pelo Ver. Mario Fraga)
PROC.
N.º 0619/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 030/05, de autoria do
Ver. Carlos Todeschini, que dispõe sobre a organização e a integração dos
serviços públicos de segurança municipal por meio das Áreas Integradas de
Segurança Pública (AISPs) e dá outras providências.
PROC.
N.º 0095/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 036/05, de autoria do
Ver. Dr. Goulart, que concede o Prêmio de Cidadania e Direitos Humanos Herbert
de Souza à Senhora Maria Helena Johannpeter, na modalidade personalidade; ao
Centro de Educação São João Calábria, na modalidade entidade e a Calçados
Azaléia S.A., na modalidade empresa.
PROC.
N.º 0626/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 032/05, de autoria do
Ver. Carlos Todeschini, que institui a obrigatoriedade do uso da mistura óleo
diesel/biodiesel - B2 para os veículos da frota municipal, transporte público e
motores, móveis ou estacionários, de combustão interna e de ignição por
compressão, no Município de Porto Alegre, e dá outras providências.
PROC.
N.º 0949/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 006/05, de autoria do
Ver. Adeli Sell, que torna obrigatória a utilização de contêineres no manejo,
guarda e recolhimento de resíduos sólidos nos prazos em que menciona, mediante
compra dos equipamentos ou terceirização dos serviços.
PROC.
N.º 0976/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 043/05, de autoria do
Ver. Sebastião Melo, que dispõe sobre o Programa de Redução Gradativa do Número
de Veículos de Tração Animal, a ser elaborado por grupo de trabalho composto
por órgãos do Município e ONGs ligadas a trabalhadores de VTAs e dá outras
providências.
PROC.
N.º 1087/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 005/05, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que institui, no âmbito do Município, o Estímulo por
Contribuição Social aos contribuintes do ISSQN e IPTU, pessoa física ou
jurídica, que poderá deduzir do imposto a recolher até 50% do valor das doações
ao Fundo Municipal de Assistência Social, limitado a 40 % do valor do imposto
lançado em cada exercício. Com Emenda n.º 01.
PROC.
N.º 1119/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 047/05, de autoria do
Ver. Cláudio Sebenelo, que altera a denominação do logradouro público
cadastrado, conhecido como Praça Dr. Quintino Bocaiúva, localizado no Bairro
Chácara das Pedras, para Praça Dr. Celso Pedro Luft.
PROC.
N.º 1215/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 051/05, de autoria da Ver.ª
Manuela d’Ávila, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto
Alegre ao Senhor José Carlos Ferraz Hennemann.
PROC.
N.º 1352/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 004/05, que atribui
verba de representação ao cargo que menciona e extingue cargo em comissão na
Administração Centralizada do Município, e dá outras providências.
3.ª SESSÃO
PROC.
1576/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 081/01, de autoria do Ver. Adeli Sell, que
institui a Feira do Livro, do Disco e do Vídeo na Esplanada da Restinga e dá
outras providências.
PROC.
N.º 0094/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 014/04, de autoria do
Ver. Haroldo de Souza, que concede o Prêmio Mérito Sindical ao Líder Sindical
João Alves Brites Jr.
PROC.
N.º 0855/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 036/04, de autoria da
Ver.ª Maria Celeste, que proíbe a cobrança de consumação mínima ou consumação
obrigatória em bares, boates, danceterias, casas de show e similares no
Município de Porto Alegre.
PROC. N.º 4120/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 183/04, de autoria
do Ver. João Bosco Vaz, que institui O Dia da Grécia a ser comemorado,
anualmente, no dia 25 de março, em homenagem à civilização helênica, e
estabelece que o Legislativo promoverá atividades alusivas à data conjuntamente
com o Executivo do Município, a representação diplomática da Grécia, a
Sociedade Helênica de Porto Alegre e a
comunidade grega local.(desarquivado pelo Ver. Mario Fraga)
PROC.
N.º 0126/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 012/05, de autoria do
Ver. Bernardino Vendruscolo, que institui a Semana das Águas no calendário
turístico e autoriza a concessão para exploração dos serviços de marina pública
no Município de Porto Alegre.
PROC.
N.º 0127/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 013/05, de autoria do
Ver. Bernardino Vendruscolo, que obriga o Executivo Municipal a disponibilizar
a legislação municipal na Internet.
PROC.
N.º 0128/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 014/05, de autoria do
Ver. Bernardino Vendruscolo, que determina que a Lei Orçamentária do Município
seja de execução obrigatória, contendo todos os projetos de maneira detalhada,
com suas justificativas, bem como as dotações programadas para aplicação
durante o exercício.
PROC.
N.º 1101/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 065/05, de autoria da
Ver.ª Margarete Moraes, que concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” ao
Cantor e Compositor Gélson Oliveira.
PROC.
N.º 1120/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 048/05, de autoria da
Ver.ª Neuza Canabarro, que estabelece critérios para a entrega domiciliar de
medicamentos às pessoas com dificuldade de locomoção.
PROC.
N.º 1140/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 066/05, de autoria da
Ver.ª Maristela Maffei, que concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” ao
Músico e Compositor João 7 Cordas.
PROC.
N.º 1157/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 049/05, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Soldado Abílio um logradouro
não-cadastrado, localizado na região conhecida como Chácara dos Bombeiros.
PROC.
N.º 1270/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 056/05, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Donario Neves da Silveira um
logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Mário Quintana.
PROC.
N.º 1271/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 057/05, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Verdes Campos um logradouro público
cadastrado, localizado no Bairro Mário Quintana.
PROC.
N.º 1283/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 069/05, de autoria do
Ver. Sebastião Melo, que denomina Paulo Freire o espaço destinado ao Telecentro
da Câmara Municipal de Porto Alegre.
PROC.
N.º 1346/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 061/05, de autoria da
Ver.ª Neuza Canabarro, que denomina Rua Alberto André um logradouro público
cadastrado, localizado no Bairro Camaquã.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Senhoras Vereadoras e
Senhores Vereadores, a vida é feita de momentos, e eu neste instante, vivo um
momento, para mim, muito especial: olho uma faixa colocada no mesmo lugar em
que há dois anos atrás foi colocada outra; esta confunde história e geografia
de acontecimentos atuais. a outra dava solidariedade a este Vereador que havia
sido agredido, dizia apenas: ”A Juventude Progressista é solidária ao Ver. João
Dib!”. Meu Deus do céu, o que aconteceu naquele dia! O Vereador saiu daqui que
parecia prima-dona de teatro enfurecida, e outros foram retirados do plenário,
ainda que estivesse na Mesa Daiane dos Santos.
Mas
eu disse que a vida é feita de momentos, e hoje eu vou repetir o que já disse
um dia:"Hony soit ce qui male i
pense” - Maldito seja aquele que pensa mal -, pois eu, no ano passado,
apresentei um projeto de lei dizendo que enquanto não se decidisse, por lei, as
Áreas de Interesse Cultural, o Plano Diretor seria aplicado como era. Era tão
sério, tão honesto na minha proposição que, no dia em que o Prefeito mandou um
projeto de lei estabelecendo regras para as Áreas de Interesse Cultural,
imediatamente eu retirei o meu projeto.
Mas
a colocação deste Vereador foi deturpada por muita agente, e hoje, como nós
temos em Pauta, um projeto de S. Exª, o Prefeito João Verle, quando estava na
sua fúria legiferante, estabelecendo, por lei, Projeto de Lei do Executivo, que
institui Área Especial de Interesse Cultural. Portanto, o Prefeito disse que
João Dib, naquele dia, quando apresentou o seu projeto de lei, tinha razão; mas
havia alguns aqui que defendiam interesses contrários. Mas, fora do plenário,
outros, induzidos talvez por aqueles que aqui estavam, pensaram que o João Dib
estaria agindo com incorreção. Não, João Dib queria e quer que a lei seja
cumprida; só isso, nada mais do que isso! Não me preocupa nunca que a boa lei
seja cumprida. Eu exijo que ela seja cumprida.
Por
outro lado, como eu disse, a fúria legiferante de S. Exª o ex-Prefeito João
Verle, mandou a esta Casa, também - atendendo a uma imposição de Emenda que foi
aprovada e ele Vetou -, um Projeto de Lei estabelecendo que a Vila dos
Papeleiros vai ser construída na Av. Voluntários da Pátria, porque, segundo
ele, integra o Programa Entrada da Cidade. Não é verdade! Eu já alertei o
Prefeito Fogaça. Inclusive no Ministério Público nós já fomos para que lá não
aconteça, na Av. Voluntários da Pátria, que não integra a Entrada da Cidade
coisa nenhuma! O Projeto Entrada da Cidade integra Humaitá e Navegantes, e ali
é Floresta. Ali é Floresta!
Eu
não tenho nada a ver com as promessas que o Partido dos Trabalhadores tenha
feito para os papeleiros antes da eleição! Eu não tenho nada a ver! Só que
avisei o Prefeito Fogaça: lá na Av. Voluntários da Pátria não pode ser
construída a Vila dos Papeleiros, a não ser que esta Casa autorize.
Está
tramitando aqui um Projeto para que a Prefeitura tenha condições – se for
aprovado – de fazer a execução do Projeto. Agora, lá não se integra no Projeto
Entrada da Cidade, que o Sr. Prefeito, na sua fúria legiferante, ao final do
seu Governo, dizia...(Consulta documentos.) Ele fala aqui numa planta, não
existe essa planta. Não existiu essa planta, e a Entrada da Cidade, volto a
dizer, é Navegantes e Humaitá, São João, mas nunca Floresta. E ali, naquele
trecho é uma área nobre, que custou caro, valia muito dinheiro, e não cabe a
Vila dos Papeleiros. Há lugares mais interessantes, onde muito mais construções
poderão ser feitas, onde a separação do lixo coletado poderá ser muito melhor
colocado.
Mas
eu gostaria, Sr. Presidente, de falar no grande Projeto do Ver.Sebastião Melo,
que está reduzindo o número de carroças na “Capital mundial das carroças”, a
Capital que, segundo o Prefeito Raul Pont, resolveu o problema da coleta de
lixo seletivo com as carroças. O único lugar no mundo em que as carroças
aumentaram de número, e isso aconteceu nos últimos dezesseis anos nesta Cidade.
Único lugar do mundo! Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A Verª Neuza Canabarro está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
A SRA. NEUZA CANABARRO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, nós estamos acompanhando o Projeto de Reforma
Universitária. Eu não poderia deixar de registrar aqui que essa jovem Verª
Manuela encaminhou ao nosso gabinete, como deve ter encaminhado aos demais,
todo o seu parecer em relação à Reforma Universitária.
É
lógico que é um parecer de uma jovem que é uma liderança da juventude. Eu, aqui
com os meus cabelos brancos pintados, diria que tenho um outro enfoque e, até,
Verª Margarete Moraes, independente de ideologia partidária, eu admiro muito
Cristovam Buarque, e estava acompanhando o seu trabalho porque tenho a mesma
linha, a mesma visão de Educação e de universidade.
Tivemos
uma substituição, um direito do Partido dos Trabalhadores, e temos um
conterrâneo nosso, o Tarso Genro, no Ministério, e muitas coisas me
preocuparam.
O
jornal Estado de São Paulo, hoje, diz numa manchete: "Quem tem Medo da
Reforma Universitária"? É um artigo do nosso Pedro Gilberto Gomes,
Pró-Reitor Acadêmico da Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Ele inicia
falando que toda reforma, que toda modificação desestabiliza; ela traz
angústias, e eu digo que isso é real, porque nós, ao chegarmos correndo ao
supermercado, indo direto a uma gôndola onde estamos acostumados a fazer
compras e ela foi mudada, a gente diz: “onde é que está a mercadoria?” Então,
imaginem-se uma Reforma Universitária.
Eu
colocaria que o Projeto de Reforma Universitária proposto pelo MEC está
colocando em lados bem distintos e opostos às universidades federais e às
instituições privadas. Se o Governo é acusado por alguns setores da esquerda de
ser mera continuação do anterior na área econômica, na Educação o Projeto
apresentado pelo MEC tenta ser coerente, ao menos no discurso, com o que o PT
sempre defendeu enquanto esteve na oposição. Essa constatação, dependendo de
quem a faz, ganha ares de elogio ou crítica.
É
muito fácil entender por que a Reforma provocou reações tão distintas no setor
federal e no privado. Ao apresentar as razões da Reforma, o MEC deixa claro que
o seu objetivo com o Projeto foi fortalecer a universidade pública e impedir a
mercantilização do ensino superior.
Se
o Projeto for aprovado no Congresso exatamente da maneira como o Governo
sugeriu, as universidades federais terão ampliado de 70% para 75% o gasto
mínimo que o MEC terá de ter com elas em seu orçamento. Terão ainda a garantia
de que não receberão menos recursos de um ano para o outro. Ainda mais
significativo do ponto de vista dos recursos será a retirada, Ver. Carlos
Todeschini, dos gastos com funcionários e professores aposentados da conta de
custeio da Educação.
Do
lado das instituições privadas, as notícias não geram entusiasmo, ao contrário.
Pela proposta, criam-se critérios muito mais rígidos para o credenciamento de
uma universidade, que terá de preencher índices de excelência em ensino e
pesquisa. A não-observância desses pré-requisitos poderá levar ao
descredenciamento da universidade.
Então,
nós colocaríamos, já para terminar, que o Senador Cristovam Buarque, também
ex-Ministro da Educação, do PT, diz que o principal defeito do Projeto está
justamente nos pontos em que ele não toca. O Projeto não toca na estrutura da
universidade. Ela não pode mais ser mera soma de departamentos. É preciso criar
centros permanentes de formação para que o formado volte regularmente para se
atualizar. Essa proposta não leva em conta que, hoje em dia, os diplomas ficam
obsoletos muito depressa, diz Cristovam, que afirma que apresentará outra
proposta de Reforma no Senado.
Eu
aguardo que essa Reforma venha atender a minha expectativa, porque a grande
reforma tem que mexer na estrutura da universidade.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Carlos Comassetto está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Nedel; prezados
colegas Vereadores, prezadas colegas Vereadoras, prezado público que nos
assiste, trago para discussão hoje um conjunto de Projetos de autoria do
Executivo Municipal da gestão passada, Ver. João Dib, porque continuamos tendo
um compromisso com a construção e com a qualificação desta cidade de Porto Alegre.
Nesse sentido, queremos oferecer a esta Casa a discussão e a continuidade dos
Projetos que estão política, social e economicamente corretos. Para isso, nós,
como Legislativo, deveremos debatê-los e buscar a sua aprovação.
Temos
um conjunto de Projetos que instituem as Áreas Especiais de Interesse Social,
para continuar os trabalhos de regularização fundiária; um deles situado na
Estrada Octávio Frasca, lá em Belém Velho; outro, na Rua Edgar Pires de Castro,
na região do Lajeado, e assim por diante.
Apresentamos
também, pedindo para continuar o debate, Projeto que institui Área Especial de
Interesse Cultural, Ver. João Dib, na gleba situada na Lomba do Pinheiro, para
tratar da comunidade caingangue lá localizada. Ver. Ismael, V. Exª que trouxe
aqui toda uma discussão sobre os indígenas, este Projeto tem por objetivo
qualificar aquela região, qualificar a área que já está destinada para a
comunidade caingangue em Porto Alegre. Comunidade essa, diga-se de passagem,
que tem um projeto para ser executado com recurso que veio de uma organização
não-governamental da Espanha, de em torno de um milhão de reais que está
aguardando para ser aplicado. Portanto, este Projeto tem a sua relevância e a
sua importância.
Mas
quero citar como um dos mais importantes Projetos, aquele que traz a discussão
sobre a regularização fundiária e a qualificação da cidade. É o PLCL nº 014/03,
que altera a Lei Complementar nº 434/99 - questão do Plano Diretor - que
compatibiliza o Estatuto da Cidade, que é uma Lei Federal, ao Município de
Porto Alegre. E, com isso, propõe o direito de preempção, o direito de
superfície e a questão do consórcio imobiliário. O que significam essas
questões, objetiva e claramente? Por exemplo, o direito de preempção é o
direito de preferência que assiste ao Município para fins de aquisição de
imóveis com o objetivo de alienação onerosa entre particulares em áreas
previamente determinadas pelo Plano Diretor. Para que? Para trabalhar o Plano
de Habitação e Regularização Fundiária da Cidade. Assim como também traz a
figura da questão do consórcio, que permite ao Município avançar nas políticas
que estão sendo constituídas pelo nosso Governo Federal, o Governo Lula, nas
Parcerias Público-Privadas, estabelecendo com os setores construtivos desta
Cidade, a possibilidade de serem desenvolvidos diversos projetos.
E
creio que o mais importante, é que continuamos oferecendo a esta Casa e à
Cidade o seguinte: o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbano
progressivo no tempo, para que façamos com que os vazios urbanos desta Cidade
sejam ocupados de forma adequada, justa, correta e socialmente orientados para
uma cidade equilibrada.
Portanto,
esse debate permanece em pauta, e o nosso objetivo, sim, é fazer com que esse
tema seja tratado na Cidade, Sr. Presidente, para que não precisemos alongá-lo
mais, ou para que as pessoas, principalmente de baixa renda, tenham de morar o
mais distante possível dos locais já urbanisticamente constituídos e
construídos.
Portanto,
esse debate, Ver. João Dib, que V. Exª traz aqui com uma postura de autocrítica
deixada pelo nosso Governo passado, é permanente para que a cidade possa se
qualificar, para que a Cidade possa avançar como uma cidade sustentável. E
sobre esse tema da qualificação ou adequação do Estatuto da Cidade, Lei
Federal, aprovada em junho de 2001, e esta Casa ainda não fez o debate com a
profundidade necessária para que o Estatuto da Cidade aqui seja aplicado e para
que os recursos públicos possam vir para resolver os problemas que temos de
moradia irregular, de destino correto dos espaços públicos e com isso possamos
construir a Cidade sustentável. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
(O
Ver. Aldacir Oliboni assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, na forma do art. 229 do Regimento, eu estou
usando o Tempo de Liderança. O art. 229 diz: “O Líder, a qualquer momento da Sessão,
exceto na Ordem do Dia, poderá usar da palavra, por cinco minutos, sem apartes,
para comunicação urgente e de excepcional importância, submetendo o assunto
preliminarmente à consideração do Presidente dos trabalhos”. Não submeti porque
eu considerei que era urgente e inadiável. E por que considerei urgente e
inadiável? Porque esta Casa, no ano passado, tentou, por meio um Decreto
Legislativo – e por isso hoje falei “maldito seja aquele que pensa mal” –,
tornar sem efeito um Decreto do Prefeito. Decreto do Prefeito que não tinha
base legal, mas que ele, no seu autoritarismo, editara com tranqüilidade.
Decreto do Prefeito que tomava como norma, como lei, um estudo da Faculdade
Ritter dos Reis, e não desprezo a faculdade, nem o estudo; não conheço. Mas ele
sabia que não poderia fazer aquilo, porque eu, antes de saber da existência do
Decreto – e ele não existia, é claro – procurei o Prefeito um dia e ele disse:
“Dib, é apenas um estudo.” Mas antes de ser completado o estudo, antes de ser
editado o Decreto, o Planejamento e a SMOV funcionavam já, como se fosse lei. E
não era lei, nem era Decreto, era um estudo em andamento.
Projetos
aprovados, licenciados, foram impedidos de serem executados porque havia um
estudo em andamento na Faculdade Ritter dos Reis. E agora o Prefeito diz aqui
(Lê.): “Submeto à apreciação de Vossa Excelência e seus dignos Pares” – o
Prefeito João Verle, o mesmo que fez o Decreto que esta Casa quis tornar sem
efeito – “o presente Projeto de Lei que institui Área Especial de Interesse Cultural,
na gleba situada na MZ 08, UEU 052, subunidade 01 da Lei Complementar nº 434/99
– PDDUA, com vista a assentar comunidade caingangue”.
E
finaliza em outro parágrafo dizendo (Lê.): “Lastreados no art. 92 da Lei
Complementar nº 434/99 – PDDUA – é que buscamos o embasamento legal para propor
o gravame da Área Especial de interesse cultural como solução para o problema
dessa comunidade, a respectiva gleba está demarcada na planta que acompanha
esse Projeto de Lei.”
Portanto
ele dizia que ele estava lastreado no art. 92 do Plano Diretor da Cidade, e aí
ele sabia que poderia estabelecer uma Área Especial de Interessa Cultural. Mas
sem isso ele fez, em longos trechos da Cidade – nem se sabe exatamente quais –,
valer a sua vontade autoritária, porque ele deu a condição de fazer valer por
Decreto - arquiteto Nadruz, por Decreto! - as Áreas Especiais de Interesse
Cultural.
E
aqui há outro Projeto dele pedindo que seja por lei.
E foi tudo quanto este Vereador fez: pedir que fosse feito por lei e não por
Decreto de S. Exª o Sr. João Verle. E por isso que o Vereador foi
mal-entendido, e por isso eu reafirmo: maldito seja aquele que pensa mal,
principalmente que pense mal em relação aos bons, porque o grande perigo da
atualidade é o cansaço dos bons, ainda que eu não me considere um bom, eu tenho
certeza de que não sou ruim. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir
Oliboni): A
Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, querido
companheiro Aldacir Oliboni, em discussão preliminar de Pauta, eu quero dizer,
com a maior sinceridade, com a maior fraternidade ao Ver. João Antonio Dib que eu não consigo entender por que ele
não gosta de ter os papeleiros na Rua Voluntários da Pátria. Eu não acredito
que o senhor defenda a Cidade partida, os pobres de um lado, os ricos de outro.
E eu vou pedir que o senhor me responda em outra circunstância, porque eu tenho
mais três Projetos para comentar, sobre a Cidade partida, ou se o senhor deseja
esconder os papeleiros da cidade de Porto Alegre. Eles são pessoas, são
cidadãos, têm uma profissão, e merecem ser respeitados.
Eu também queria dizer, Ver. João Antonio Dib, que eu era
Secretária Municipal da Cultura, e, por dever de ofício, cumprindo a minha
função, encomendei um estudo que foi realizado pela Epahc e pala Faculdade
Ritter dos Reis, um estudo sério feito por técnicos da Prefeitura, um estudo
feito por acadêmicos, que delimitou as Áreas de Interesses Culturais na Cidade.
Na verdade esse estudo se coloca mesmo contra a fúria imobiliária, contra a
fúria destruidora que muitos querem aqui.
Eu acho que falar em autoritário, quem conviveu com a ditadura,
para mim, autoritários foram os momentos da ditadura militar no nosso País.
Mas eu quero dizer, em relação ao Projeto de Resolução do Ver.
Sebastião Melo, que denomina Paulo Freire o espaço destinado ao Telecentro da
Câmara Municipal de Porto Alegre, que fiquei muito satisfeita com essa idéia do
Ver. Sebastião Melo, porque, na condição de Presidenta desta Casa, eu tive a
oportunidade de fazer um convênio com a Procempa e colocar um Telecentro nesse
espaço público, de livre acesso a todas as pessoas desta Cidade. A Prefeitura
já tinha feito isso, junto com o Banco do Brasil, em mais de 20 pontos da
Cidade.
Eu tenho a certeza de que a inclusão digital faz parte do mundo
atual; nenhuma pessoa que não domine a informática consegue ser ator, consegue
atuar neste mundo. Então, a facilitação do acesso é importante. Quero dizer
para as pessoas que existe nesta Casa um Telecentro aberto a todos e a todas, é
só chegar aqui.
Creio que o Ver. Sebastião foi feliz ao
aproximar um espaço com essas características ao nome de Paulo Freire, que era
um educador, um acadêmico, um pensador da educação, que propunha dar sentido,
Ver. Comassetto, ao ato de aprender. Ele propunha alfabetizar humanizando,
estabelecendo conexões, fazendo com que os alunos compreendessem este mundo e
se colocassem, com sua opinião neste mundo em que a gente vive.
O terceiro Projeto, Presidente, sobre o qual eu gostaria de me
manifestar é de minha autoria e propõe o Prêmio Lupicínio Rodrigues ao
compositor e cantor Gélson Oliveira. Eu quero dizer que tenho muita
consideração pelo nome do Lupicínio, um dos nossos maiores compositores, ou o maior,
e acho que todos os Vereadores deveriam cuidar muito quando indicam prêmios,
para que as pessoas estejam à altura do prêmio, do nome. Tenho a certeza de que
Gélson Oliveira está à altura, por sua qualidade artística, intelectual, por
sua integridade. O Gélson Oliveira tem gravados mais de dez CDs. Eu gostaria de
salientar o último, que ele fez em conjunto com os seus amigos e parceiros
Nelson Coelho de Castro, Bebeto Alves, Totonho Villeroy. Hoje inclusive eles
estão gravando o novo disco no Rio de Janeiro.
Ele tem uma série de premiações. Eu poderia
apenas indicar o Prêmio Sharp – Revelação da Música Popular Brasileira, em
1993; o Prêmio Açorianos de Melhor Disco do Ano; Melhor Cantor, em duas
ocasiões - em 1992 e em 2002. Gélson já trabalhou no cinema com suas
composições, na televisão, na dança. É uma figura reconhecidíssima por suas
composições, por sua afinação, por sua bela voz. Ele merece este prêmio. Eu
tenho muito orgulho de tê-lo conhecido melhor, na condição de Secretária
Municipal da Cultura.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir
Oliboni): A
Mesa é que agradece. A Verª Mônica Leal está com a palavra para discutir a
Pauta.
A SRA. MÔNICA LEAL: Prezado Presidente, Ver.
Oliboni, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, funcionários desta Casa,
imprensa e aqueles que nos assistem, eu recebo, no meu gabinete, manifestações
contínuas de pessoas alarmadas com a situação de insegurança em que vivemos na
cidade de Porto Alegre. Não há mais horas, nem ruas, nem zonas em que os
assaltantes não estejam atuando com violência, assaltando, roubando,
seqüestrando e assassinando, num crescendo insuportável. Não temos mais paz
para ir e vir, não temos mais paz até mesmo dentro de nossas casas. Há grades
por toda parte, alarmes, cercas elétricas, cães de guarda, enfim, tudo que o
cidadão pode lançar mão para proteger a família e o patrimônio. Acuada, a
população assiste a uma verdadeira guerrilha urbana, em que só um lado avança:
o dos criminosos.
Então, penso que é hora de adotar medidas fortes, tão fortes como
a progressão do crime.
Diante desse quadro, sinto a necessidade e a importância da
criação de uma comissão permanente de Segurança Pública capaz de discutir
políticas para melhorar e fiscalizar a segurança no nosso Município, e dar
suporte às ações da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança
Pública, criada pela Lei nº 9.056, de 27 de dezembro de 2002, que hoje tem
Kevin Krieger como Secretário.
É importante uma visualização, uma interpretação e, em
conseqüência, um planejamento da política a ser implementada na área da
Segurança.
O Município, como célula básica e fundamental da União, tem
condições de diagramar condutas de segurança eficientes a ponto de erradicar a
violência que tanto preocupa a nossa população. Com a criação dessa Comissão
proposta, teremos condições de executar um trabalho permanente no Poder
Legislativo sobre segurança urbana, examinando e estudando a distribuição
geográfica da criminalidade, traçando um mapa das prioridades existentes na
Cidade, avaliando os serviços que estão sendo feitos no âmbito municipal e
desenvolvendo programas voltados ao bem-estar da população de Porto Alegre.
Este Projeto tramita nas comissões permanentes desta Casa.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento da oradora.) Nobre Verª Mônica Leal, eu quero cumprimentá-la pela
proposição que apresenta neste momento. A segurança realmente é das coisas mais
solicitadas nesta Cidade. Mas eu quero aproveitar a oportunidade também, já que
a Verª Margarete Moraes não me deu aparte, para dizer que eu não tenho nada
contra ninguém, muito menos contra os papeleiros; agora, tenho tudo contra o
desrespeito à lei, contra a inverdade, contra o falseamento de dados. Disso, eu
sou contra. Agora, contra os papeleiros, nada. Saúde e PAZ para eles!
A SRA. MÔNICA LEAL: Obrigada, Ver. Dib, colho o
seu apoio com muito carinho.
Essa comissão permanente, como eu já disse, tramita pela Casa,
pelas Comissões, e eu gostaria de chamar a atenção de que caberia a essa
comissão ações interdepartamentais, sistêmicas e continuadas de desenvolvimento
e implantação de segurança urbana; técnicas, estruturas e meios que assegurem a
ordem pública; programas voltados à segurança urbana e ao bem-estar da
população no contexto municipal; organizar canais de comunicação e participação
social e civil das diversas comunidades do Município, a fim de que sejam
indicadas suas prioridades na questão da segurança urbana; subsidiar a política
de segurança na esfera pública municipal; acompanhar e avaliar os serviços de
segurança urbana no âmbito municipal prestados à população.
Eu gostaria de pedir aos demais colegas uma atenção especial a
esse Projeto, que começa e que está, no momento, nas Comissões, porque eu acho
que nós vivemos um momento muito preocupante de segurança, todos sabemos, e, já
que vários segmentos da sociedade se reúnem para chamar a atenção a isso, cabe
a esta Câmara também fazer a sua parte. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Aldacir Oliboni, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas
galerias e também pelo Canal 16 da TVCâmara, eu saúdo a todos. Eu vou falar
hoje sobre dois Projetos: um deles, encontra-se na 2ª Sessão de Pauta; o outro,
na 3ª Sessão de Pauta. O primeiro deles é do Ver. Haroldo de Souza, PLL nº
458/03, que dispõe sobre a instalação de recipientes para a coleta de baterias
usadas de telefones celulares e outros. Eu acho que é um belo Projeto, porque
normalmente as empresas se preocupam muito em fabricar os produtos. Agora, e os
recipientes? Nós sabemos que as baterias contêm chumbo, e, normalmente se não
há um local em que as pessoas possam depositá-las, as empresas, enfim, que
adquirem esses produtos usados têm algum local para colocá-los. Então, é muito
importante esse Projeto do Ver. Haroldo de Souza que determina que haja locais
para que sejam colocados esses produtos, porque acabam indo no lixão, e isso a
gente sabe que tem a ver com saúde pública. Sabemos que hoje já há problemas,
mas, no futuro, nós vamos enfrentar sérios problemas para descartar o nosso
lixo.
Vocês
que nos assistem pela TVCâmara sabem que média de lixo nós produzimos por dia?
Numa pesquisa que foi feita, se não me falha a memória, no ano passado,
chegou-se à conclusão de que são produzidos, em média, de 2kg, 2,5kg de lixo,
diariamente. Então, é um problema de saúde pública. Então, é importante esse
Projeto do Ver. Haroldo de Souza.
Nós
temos acompanhado também o problema das garrafas plásticas, das pet, as empresas fabricam o produto, mas e
o destino? Elas têm de dar o destino também. Eu acho que tem de haver, no
decorrer do tempo, leis mais rígidas, meu caro Presidente, para que essas
empresas, além de fabricar os seus produtos, também tenham responsabilidades no
que se refere ao reaproveitamento. Que elas apontem, por exemplo, como
reaproveitar produtos como as garrafas pet, baterias, enfim, para que isso não
acabe indo ao lixo. Mas, graças a Deus, hoje o povo está se dando conta que
temos de preservar, isso é saúde pública.
E
outro Projeto, importante também, do Vereador Bernardino que está na sua 3ª
Sessão de Pauta, meu caro Ver. Bernardino, o que ele sugere? Sugere que haja a
Semana das Águas. Esse líquido tão precioso que é a água. E nós tivemos essa
brutal seca, que ainda não acabou, alguns municípios estão com sérios problemas
por falta de chuva. São problemas muito sérios, mas, graças a Deus, alguns já
foram aliviados, porque o nosso Todo-Poderoso, lá de cima, mandou chuva.
Mas
vocês devem ter visto, pela imprensa escrita e falada que, quando baixou o
nível de nossos rios, veio à tona a agressão que é feita contra eles: lá há
pneus, plásticos, sofás, colchões, enfim, é uma barbárie, uma agressão brutal à
nossa natureza.
Eu
estava vendo nos jornais de hoje que, na região de Passo Fundo, os rios
baixaram e milhares de peixes estão morrendo. Há todo tipo de agressão ao rio!
Lá é colocado lixo; é pneu, enfim, é veneno, e toda essa brutal agressão ao
nosso meio ambiente.
Portanto,
eu queria referir dois Projetos importantes; um, do Ver. Haroldo de Souza, que
aponta para que haja locais para as baterias, quando as pessoas não as usarem
mais, que não as coloquem no lixo, mas que haja um lugar para elas serem
colocadas. E o outro Projeto importante é o da Semana das Águas, para que as
pessoas se dêem conta, para que as pessoas tenham consciência do que
representa, hoje, cuidarmos do nosso meio ambiente, da nossa natureza. Porque
cada bateria, cada pneu, cada plástico, cada garrafa pet colocados no lixo são
uma agressão à nossa natureza, ao nosso meio ambiente, como nós estamos
acostumados de ver aí.
Por
exemplo, eu já falei nesta tribuna sobre a minha vinda de casa para Câmara,
quando chove, e que aumenta o nível do rio Guaíba, vemos que se forma uma nata
de plásticos e de garrafas plásticas. Isso é uma agressão, temos de ter
consciência disso. O povo tem de ter consciência do que a natureza colocou em
nossas mãos, e temos de zelar pela preservação do meio ambiente. A raça humana
e a nossa qualidade de vida dependem da preservação disto que Deus colocou em
nossas mãos: a preservação do nosso meio ambiente. E não agredi-lo da forma
como está acontecendo. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Encerrado o período de Pauta. A Verª
Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Aldacir Oliboni na presidência dos
trabalhos, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, comento em nome da
minha Bancada, o Partido dos Trabalhadores, as declarações da imprensa, do
Prefeito José Fogaça, a respeito da situação da Prefeitura. E nós queremos, em
primeiro lugar, entender essas declarações em um contexto de dois meses em que
este Governo faz a pior escolha que uma Cidade poderia ter dos seus
governantes: a escolha de criar a idéia de uma terra arrasada, de uma
Prefeitura quebrada, de reescrever a história, que é uma história de finanças
saneadas, uma história de capacidade de realização de obras, uma história de
uma Cidade em mudança, uma Cidade se renovando, aplicando e investindo muitos
recursos novos. Esses dois ou quase três meses de Governo Fogaça foram
caracterizados pela superexposição dos pequenos problemas da Prefeitura. E,
paralelamente a isso, não mostrar, dar pouca importância às quase 400 obras em
andamento, e, mesmo, inaugurações, como a comovente inauguração emblemática de
uma Cidade, que faz inclusão social, que foi a entrega de 58 novas moradias
aqui no Condomínio Princesa Isabel, onde famílias do Terminal Azenha, da Vila
Terminal Azenha, da Vila Zero Hora, receberam a chave depois de uma luta de 10
anos, e o Prefeito Fogaça não compareceu, Ver. Sebastião Melo, que para nós
seria um momento - e é para a cidade um dos momentos - dos mais belos, a
entrega da moradia popular pelo processo de conquista, pelo símbolo que tem.
O
Governo Fogaça não quer vibrar, diferente dos discursos aqui, com esta
conquista em andamento, com uma cidade com obras em andamento, com uma cidade
que, com a participação popular, manteve índices de investimentos sem igual a
outras cidades deste País. É nesse contexto que se superdimensiona a dívida
apresentada. Uma dívida que não é exatamente no valor que está se colocando, de
quase duzentos milhões, porque conforme a resposta ao pedido de informações, o
próprio Governo afirma que havia disponibilidade de caixa, no final de
dezembro, de 72 milhões, e que no primeiro dia útil de janeiro, no dia 03 de
janeiro, entrou em caixa 62 milhões, depois seguiram-se: 720 mil, 996 mil, 899
mil, cada dia, mais dois milhões no dia 07.
A
nossa Cidade com a capacidade que tem de contrair dívidas, de buscar recursos
de financiamento é uma Cidade que indica para qualquer governante uma
capacidade de, tranqüilamente, com criatividade, com austeridade, com
competência, com discussão com a comunidade, é muito tranqüilo de enfrentar um
problema desta ordem. Uma dívida que não dá 5% do Orçamento da Cidade. Bem
diferente do que este Governo quer afirmar que é a mesma situação do Estado do
Rio Grande do Sul. A dívida do Estado do Rio Grande do Sul é duas vezes o
Orçamento do Estado do Rio Grande do Sul.
Então,
a nossa Cidade tem, sim, senhores, uma capacidade financeira de contrair
dívidas, de se recuperar, de gestão, que vai depender apenas da competência, da
positividade dos seus governantes. E nós começamos a observar que essa
competência, essa criatividade, essa agilidade não se expressa. Porque desde o
início de janeiro, pudemos perceber uma piora no serviço de limpeza, no serviço
de capina, um atraso no repasse dos recursos às creches.
Temos
situações bem diferentes das falas, de que os funcionários públicos, agora,
finalmente, estariam sendo valorizados. São situações que demonstram inépcia,
falta de trato e desrespeito ao funcionalismo, como é o caso dos leituristas do
DMAE, 102 leituristas colocados num espaço de trabalho que antes era de 8
pessoas. Um espaço insalubre, um espaço com um único banheiro, que homens e
mulheres precisam utilizar juntos. Uma função tão bem realizada neste
Município, funcionários de quadro tão responsáveis que têm de ficar no pátio,
porque não cabem na sala destinada a eles por esta Gestão, que se diz vir
valorizar os funcionários municipais.
Hoje
recebi uma denúncia de que mães e pais da Escola Morro da Cruz estão reunidos
com a Brigada Militar, porque a escola desde janeiro solicita providências em
relação a uma cerca que caiu e não tem resposta da Secretaria Estadual da
Educação, nem a audiência solicitada pela Escola foi marcada. E a escola está
sofrendo roubos, as crianças estão em risco, porque não se tomam providências.
Então,
o que poderia ser, talvez, o resultado de uma mudança de comando está-se
esboçando numa incapacidade de fazer gestão.
E,
agora, o Prefeito Fogaça parece que quer blindar uma gestão que não fará obras,
uma gestão que não será profícua, exacerbando uma dívida que esta Cidade, com
certeza, consegue gerenciar muito bem pelo seu histórico de pujança, de
capacidade de investimento, pela capacidade que esta Cidade, que esta
população, esta cidadania tem de contribuir sim com um governo positivo.
É
isso que se espera, Sr. Fogaça! O povo votou na melhora e na continuidade do
que estava bom, e não na piora. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, inicialmente, quero aqui gizar, nesta tribuna, a nossa tristeza de
ver as manchetes dos jornais do Brasil inteiro dizendo que, mais uma vez, os
juros subiram neste País, Ver. Adeli Sell, e que aqui é o juro mais alto do
mundo, e que o Governo dos trabalhadores continua com esse diapasão,
discursando para os pequenos e governando para os grandes, especialmente para o
setor financeiro. Um País não pode ter um setor produtivo aquecido,
competitivo, se ele tiver uma taxa de juros estratosférica como esta, hoje
vigente no País, que pela sétima vez sobe no Governo do Presidente Lula. Esta é
a primeira manifestação que faço nesta tribuna.
Segundo,
quero cumprimentar a Administração Municipal, o senhor Prefeito, José Fogaça, a
sua equipe por ter tomado uma decisão que há três anos a gestão anterior não
tomava, que é liberar a construção do Teatro da Ospa, obra importante para a
Cidade de Porto Alegre.
Eu
quero dizer à minha querida Verª Sofia Cavedon, que nós já conhecemos esse
filme, quando o PT governa, deixa em ruína. Nós olhamos para o Piratini, no
início de 2003, eram 4 bilhões e 700 milhões de rombo, ICMS antecipado, 2.000
km de estradas estadualizadas, e 700 milhões, Ver. Haroldo, não empenhados. O
Governo do Cidade Viva, Ver. Nereu, dizia, gastando o dinheiro do contribuinte,
que esta Cidade estava sadia financeiramente. Quantas vezes, Ver. Dib, a gente
vem a esta tribuna, V. Exª, eu, e alguns outros Vereadores, dizer que em
matéria de maquiagem ninguém ganhava da Frente Popular, para maquiar o
Orçamento e a LDO, dizendo da situação financeira, quando fosse aberta a
caixa-preta, encontrariam um outro cenário.
A
transição, Verª Sofia Cavedon, dizia que eram 40 milhões em dívidas a curto
prazo. Pois agora, apurou-se 175 milhões de dívidas a curto prazo, e respondo a
V. Exª, pergunte ao Secretário da Fazenda, Dr. Ricardo Collar, que deixou 63
milhões no caixa. Portanto, se eu tiro de 175, 63, sobra um déficit de 112
milhões de reais. Esse é o déficit que o Governo de V. Exª, mais do que isso,
com 539 obras não realizadas do Orçamento Participativo, sendo que algumas
delas, Ver. Nereu, são de 2001.
Então,
esta é a realidade de como o atual Governo pegou a Prefeitura. Agora, não vamos
ficar aqui chorando, vamos avançar. O que V. Exª não pode negar é que esta é a
realidade da Cidade! O Governo fez um levantamento; está aí. Se o Governo
anterior acha que não está correto, que traga os números. Os senhores levaram
todos os disquetes para casa, não deixaram nenhum nessa área financeira. Podem
vir aqui contrapor.
Quero
dizer, Verª Sofia, que V. Exª está muito equivocada sobre a questão do DMAE.
Quem está lhe repassando essas informações, o Diretor do DMAE, aliás ontem
visitou o Departamento - me informaram -, e ele sabe que havia um locatício que
a proprietária havia pedido sobre os leituristas, em outubro de 2003, e deu um
ano para o DMAE sair. E o Governo de V. Exª não providenciou isso. O Governo
que ora assumiu foi obrigado, e aqui está o contrato locatício e a notificação
do pedido de retirada por parte do DMAE.
Portanto,
foi transferido lá para a Princesa Isabel, num espaço adequado – precisa de
algumas arrumações, é verdade, mas com certeza os trabalhadores vão ter um
local digno para atuarem nessa instituição.
Então,
V. Exª, mais uma vez está equivocada ao trazer essas informações, tentando
confundir. Na verdade, o Governo de V. Exª deveria ter feito essa transferência
e não fez. Aqui está o contrato. E agora vem aqui fazer esse discurso
"chove-não-molha", fazendo de conta.
Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, eu acho que a gente precisa
tratar a coisa pública com mais responsabilidade. Chega dessa “discurseira” do
PT, de querer mostrar uma coisa virtual, porque na virtualidade o PT é
magnífico, na gestão é muito mal, muito ruim! Essa máquina está sucateada por
todos os cantos, por todas as autarquias, mas virtualmente divulgaram que
estava uma maravilha, o que não é verdade! A população sabe disso, nós sabemos
disso, e queremos enfrentar esse debate sem rancor, sem partidarismo, mas a
favor do cidadão, que já paga uma carga tributária muito grande e não agüenta
mais essa choradeira do Poder Público que tem que ser eficiente na prestação de
serviço, o que não tem acontecido nem nos Municípios, nem nos Estados, muito
menos na União. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Avila): Não havendo quem queira manifestar-se em
tempo de Liderança e verificando que visivelmente não há quórum, estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h17min.)
*
* * * *